LEANDRO MATOZO
REPRODUÇÃO/TWITTER
Leandro Matozo, repórter cinematográfico da GloboNews, foi agredido durante cobertura em Aparecida (SP)
Leandro Matozo, repórter cinematográfico da GloboNews, foi agredido por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro durante a cobertura da visita do político ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, localizado em Aparecida (SP). Nesta terça-feira (12), o militante pró-governo deu uma cabeçada no rosto do profissional, o que ocasionou um sangramento no nariz do jornalista.
"No final da tarde, nossa equipe decidiu gravar na parte externa da igreja, quando fomos surpreendidos por um apoiador do presidente Bolsonaro. Ele nos abordou com xingamentos contra a TV e não parou. Em um determinado momento, disse: 'Se pudesse, mataria vocês'. Após essa ameaça, meu parceiro Victor Ferreira gritou para os policiais que estavam próximos. O agressor continuou me insultando e, em seguida, deu uma cabeçada no meu rosto. Meu nariz sangrou muito na hora", detalhou Matozo no Twitter.
Na rede social, o jornalista afirmou que as medidas judiciais estão sendo providenciadas. Ferreira, que acompanhava Matozo na cobertura, disse que o caso foi registrado na polícia.
"Registramos uma ocorrência na PM, que não quis conduzir o agressor para a delegacia para não 'prender a viatura' no DP, alegando uma tal resolução 150. O agressor foi liberado antes mesmo que nós e ainda pegou carona no carro da PM para voltar ao Santuário", afirmou Ferreira.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo classificou a atitude do apoiador do presidente como um "ato covarde". "A agressão é um ato de ataque à liberdade de imprensa. Atinge a ponta mais exposta nesse processo, que é o profissional da comunicação. Um trabalhador que, no Dia das Crianças, deixou seu filho em casa para trabalhar e é agredido de maneira covarde", pontuou a associação, em comunicado divulgado na rede social.
Procurada pela Notícias da TV, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o caso será investigado pela Polícia Civil, mas que Matozo teria se recusado a passar por atendimento médico após a agressão. A Globo informou que se solidariza com o profissional e que providências legais estão sendo tomadas.
Confira os tuítes sobre o caso:
Amigos e amigas, já faz um bom tempo que nós do jornalismo estamos convivendo com ofensas, ameaças e agressões.
— umdiadematozo (@umdiadematozo) October 13, 2021
Hoje a vítima fui eu.
Acordei de madrugada para trabalhar na cobertura da Celebração ao Dia de Nossa Senhora Aparecida no Santuário Nacional de Aparecida.
No final da tarde, nossa equipe decidiu gravar na parte externa da igreja, quando fomos surpreendidos por um apoiador do Presidente Bolsonaro. Ele nos abordou com xingamentos contra a TV e não parou. Em um determinado momento, disse: SE PUDESSE MATARIA VOCÊS".
— umdiadematozo (@umdiadematozo) October 13, 2021
Após essa ameaça, meu parceiro Victor Ferreira gritou para os policiais que estavam próximos. O agressor continuou me insultando e, em seguida, deu uma cabeçada no meu rosto. Meu nariz sangrou muito na hora.
— umdiadematozo (@umdiadematozo) October 13, 2021
As medidas judiciais já estão em andamento.
A LIBERDADE DE IMPRENSA É ESSENCIAL PARA O PROGRESSO DESSE PAÍS.
— umdiadematozo (@umdiadematozo) October 13, 2021
NÃO VÃO NOS CALAR!!!
O repórter cinematográfico Leandro Matozo, da Globonews, foi covardemente agredido por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro na tarde desta terça-feira (12) no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo.
— Sindicato dos Jornalistas SP (@JornalistasSP) October 12, 2021
O agressor ofendeu a equipe com xingamentos e afirmou: “se eu pudesse, matava vocês”. Diante de policiais militares que faziam a segurança do evento, se aproximou de Matozo e deu uma cabeçada em seu rosto. O repórter cinematográfico teve sangramento no nariz, mas passa bem.
— Sindicato dos Jornalistas SP (@JornalistasSP) October 12, 2021
O ato covarde se insere num contexto de intimidação cada vez mais recorrente de profissionais de imprensa que estão nas ruas para cumprir a função social de levar informação às pessoas.
— Sindicato dos Jornalistas SP (@JornalistasSP) October 12, 2021
O Sindicato dos Jornalistas exige da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e do governo de João Doria que esta agressão não seja relativizada ou negligenciada para que, desta forma, o agressor responda judicialmente na medida de seus atos.
— Sindicato dos Jornalistas SP (@JornalistasSP) October 12, 2021
Exige, ainda, que episódios como esses sejam investigados com rigor e que os responsáveis sejam punidos.
— Sindicato dos Jornalistas SP (@JornalistasSP) October 12, 2021
É urgente que se interrompa essa escala de violência contra os trabalhadores da comunicação antes que algo mais grave aconteça.
Registramos uma ocorrência na PM, que não quis conduzir o agressor para a delegacia para não “prender a viatura” no DP, alegando uma tal resolução 150. O agressor foi liberado antes mesmo que nós e ainda pegou carona no carro da PM para voltar ao santuário.
— Victor Ferreira 🇧🇷 (@VictorFerreira) October 13, 2021
O Leandro Matozo está bem. Já estamos tomando as medidas cabíveis. O mais triste é saber que o agressor é um professor de educação básica de uma escola estadual de Mogi das Cruzes. “Escola Sem Partido”, vão dizer por aí.
— Victor Ferreira 🇧🇷 (@VictorFerreira) October 13, 2021
Confira o posicionamento da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo:
"A Polícia Militar esclarece que foi acionada para atender uma ocorrência de desinteligência entre um professor e um cinegrafista, na tarde desta terça-feira (12), por volta das 17h, no pátio do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. No local, os agentes encontraram as partes, e uma delas estava com ferimentos --o homem se recusou a passar por atendimento médico.
Os dois foram ouvidos pelos policiais, que registraram um BOPM, e os orientaram a prosseguir com o registro do fato na delegacia da área. A Polícia Civil, ao tomar conhecimento do caso, registrou um boletim de ocorrência e trabalha para esclarecer todas as circunstâncias dos fatos."
Confira o posicionamento da Globo:
"A Globo repudia a agressão sofrida por Leandro Matozo, um profissional exemplar, e se solidariza com ele. Está tomando as providências legais para apoiá-lo. Informa que, nesses casos, segue sempre protocolo para garantir a segurança de seus jornalistas."
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