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Dare Me

Série teen sensação do ano na Netflix, Não Provoque terá uma segunda temporada?

Imagens: Divulgação/USA Network

Marlo Kelly abre um sorrisão enquanto Herizen Guardiola, de mochila branca e com caderno na mão, faz care de enjoada

Marlo Kelly com Herizen Guardiola em imagem da primeira temporada de Não Provoque, sucesso na Netflix

JOÃO DA PAZ

Publicado em 24/3/2020 - 5h14

Desde a última sexta (20), clientes da Netflix estão devorando Não Provoque, série sensação nos Estados Unidos que figura entre as dez mais vistas pelos brasileiros na plataforma. O drama teen sobre líderes de torcida envolvidas em uma morte misteriosa, com muito sexo e erotismo, é baseado no livro Dare Me, como a adaptação é chamada nos Estados Unidos. Mas, após o fim da primeira temporada, ainda há história para contar?

Atração original do canal americano USA Network e distribuída internacionalmente pela Netflix, Não Provoque ainda não foi renovada para o segundo ano. Mas o anúncio de novos episódios não deve tardar. A série já está entre as melhores de 2020 de acordo com críticos dos EUA, uma das showrunners ganhou um contrato com a Universal para fazer outras produções e, sim, há bastante história para contar.

A primeira leva de episódios chegou até a metade do livro Dare Me, escrito por Megan Abbott e lançado em 2012. Toda a primeira temporada foi feita pensando na próxima, o que justifica o final totalmente aberto.

[Atenção: spoilers de toda a primeira temporada]

O telespectador está sem as respostas do envolvimento real da treinadora Colette French (Willa Fitzgerald, Scream) na morte de Will, sargento do Exército dos EUA. Addy Hanlon (Herizen Guardiola, The Get Down), uma de suas atletas, a confronta e pergunta o que ela realmente sabe sobre o que aconteceu com o militar. Cenas de flashback dão uma dica: Colette e seu marido estão diretamente conectados ao crime. Oficialmente, Will se matou. E mais: a professora tinha um caso com ele.

Não Provoque criou um clima muito bom até o ponto máximo da temporada, justamente o final. Até então, a série tinha apresentado narrativas intrigantes que amarraram as três personagens principais: Colette, Addy e Beth Cassidy (Marlo Kelly), amiga de Addy e líder de torcida assim como ela.

Os episódios criaram um tipo de triângulo amoroso entre elas, só que mais próximo do afeto do que de um romance propriamente dito.

Esse foi o grande desafio da atração, pois o livro em que ela é baseada tem Addy como narradora-personagem. Por sua vez, o drama da TV conta a história sob três pontos de vista diferentes, e o público fica encarregado de escolher uma do trio para torcer, aquela que merece mais se dar bem.

A treinadora Colette French (Willa Fitzgerald) encara suas atletas durante um treinamento


Apimentadas com erotismo

A série é mais uma produção hollywoodiana com seu olhar sobre o competitivo mundo das líderes de torcida (cheerleaders), similar a clássicos do cinema teen como As Apimentadas (2000). Não Provoque se passa em uma cidade do Meio-Oeste americano em decadência, na qual o grande orgulho é a escola de ensino médio Sutton Grove. Lá, as meninas líderes de torcida são o grande destaque, e não os meninos do basquete ou do futebol americano.

Com uma equipe focada na disputa de um importante campeonato (chamado de Regionals, classificatório para o torneio nacional), a escola contrata a técnica vencedora (e carrasca) Colette. Ela logo bate de frente com a capitã Beth. A jovem cheerleader não leva desaforo para casa e peita a nova comandante, que cria um laço afetivo com Addy, chegando até a se beijarem. O ciúme desperta em Beth. 

Esse lance entre uma aluna e treinadora é um entre tantos temas interessantes apresentados por Não Provoque. Em entrevista para o site da Variety, a showrunner Gina Fattore, que dividiu o cargo com Megan Abbott, disse que a primeira temporada "foi feita para mostrar como uma relação de uma estudante com uma pessoa mais velha pode mudar uma vida por completo."

Caso siga o livro à risca, a segunda temporada deve focar mais em Beth, que ficou de escanteio no meio dessa relação tabu, com ódio da professora e se sentindo traída pela melhor amiga.

Poderosa e desbocada, Beth (Marlo Kelly) tem munição para acabar com a vida de Colette


Duelo com Euphoria

O telespectador mais atento vai notar o quanto Não Provoque flerta com um erotismo e o sexo mais explícito. Tudo se mantém no limite, desde o banho das garotas no vestiário até quando uma delas, no meio de uma floresta, recebe sexo oral. E olha que as cenas da série poderiam ser radicalmente diferentes. Por muito pouco, Não Provoque não virou uma série da HBO.

Em 2013, um ano após o livro chegar às lojas, Dare Me ganhou um projeto de filme feito pela Fox, voltado ao público adolescente, sem nenhuma cena sugestiva nem nada, tipo Apimentadas mesmo. Como o longa não saiu do papel, a HBO se interessou pela história. Não Provoque acabou perdendo o posto para Euphoria. Rejeitada, a série foi parar no USA Network, canal de Suits (2011-2019) e Rainha do Sul, com uma trama melhor do que Euphoria.

A adaptação deu tão certo que Gina Fattore, que trabalhou em conjunto com Megan para encenar a trama escrita no livro, assinou um contrato com a Universal (dona do USA Network) para conceber outras séries. Gina e Megan escreveram os dois primeiros episódios e o fim da temporada de Não Provoque.

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