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CLARICE

Série de Silêncio dos Inocentes 'esquece' Hannibal e foca em vilão da semana

Divulgação/CBS

Rebecca Breeds em cena da série Clarice

Rebecca Breeds em cena de Clarice; nova série é continuação do clássico O Silêncio dos Inocentes

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 21/2/2021 - 6h50

Clarice, série que serve como sequência do clássico O Silêncio dos Inocentes (1991), estreou no último dia 12 nos Estados Unidos e chamou a atenção por um detalhe: Hannibal Lecter (Anthony Hopkins), personagem mais icônico do filme, é esquecido pela produção e abre espaço para a protagonista, vivida por Rebecca Breeds, perseguir outros vilões.

Apesar de forçada por conta de direitos autorais, a ausência de Hannibal tem seus méritos. O personagem tornou-se um dos maiores vilões do cinema e um ícone da cultura pop, revisitado por Hopkins em dois filmes e reimaginado por Mads Mikkelsen durante três temporadas na série da NBC que levou seu nome.

Por conta desses fatores, mudar o foco para Clarice Starling, papel de Jodie Foster no longa original, é uma transição necessária. A série, então, abraça o formato tradicional da TV aberta estadunidense de um vilão por semana, o que dá espaço para Rebecca brilhar.

A série se passa em 1993 e começa um ano após os acontecimentos de O Silêncio dos Inocentes, quando a jovem agente do FBI encontrou e derrotou o serial killer Buffalo Bill (vivido aqui por Simon Northwood). Clarice se afastou da organização para lidar com os traumas de sua experiência de quase morte e tem acompanhamento psicológico para definir quando poderá voltar às atividades.

O processo é acelerado quando Ruth Martin (Jayne Atkinson), procuradora de Justiça e mãe da única vítima de Buffalo Bill a ser salva com vida, a recruta para integrar uma equipe do FBI em Washington para investigar novas mortes na capital norte-americana.

Contra a vontade, Clarice embarca para o local e reencontra Paul Krendler (Michael Cudlitz, o Abraham de The Walking Dead), seu ex-comandante no caso de Buffalo e que voltará a ser seu superior em Washington. O problema é que ele, orgulhoso, não lhe dá o devido crédito pela captura, e responsabiliza o acaso pela conclusão.

Na equipe, ela conta com a parceria de Tomas Esquivel (Lucca de Oliveira, americano filho de brasileiros), agente fiel ao serviço mas que respeita a história (ainda curta) construída por Clarice. Juntos, eles investigam o aparecimento de novos corpos que, apesar da insistência de Krendler, não parecem envolver a ascensão de um novo serial killer.

Com a ausência de Hannibal, o peso do protagonismo recai todo em Clarice. Fica, então, o desafio para os showrunners Alex Kurtzman e Jenny Lumet: tornar a jovem agente tão interessante quanto o psicólogo canibal.

Em seu primeiro papel como protagonista, Rebecca Breeds mostra talento para seguir o legado de Jodie Foster como a jovem agente do FBI assombrada por fantasmas do passado. Auxiliada por um elenco secundário de qualidade, a série conta com um terreno fértil para explorar o mundo aberto deixado por O Silêncio dos Inocentes.

No entanto, a responsabilidade de dar sequência a um fenômeno como o longa original pode ser demais para as aventuras de Clarice Starling. Em tempos em que o streaming domina a preferência de um público já acostumado com produções mais curtas, imaginar outra série de mais de 20 episódios com "crime da semana" pode atrapalhar os planos dos produtores.

Por mais especial que a construção de Clarice seja, será necessário um algo a mais para prender a atenção do público para os próximos episódios. De policiais com traumas do passado e maneiras peculiares de resolverem seus casos, a cultura pop está cheia. A dupla de showrunners precisará rebolar mais um pouco para dar vida longa ao universo de O Silêncio dos Inocentes.

Novos episódios de Clarice são exibidos às quintas nos Estados Unidos. A série ainda não tem previsão para chegar ao Brasil. Assista ao trailer abaixo:


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