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Pilot Season

Saiba por que a Netflix força TV aberta dos EUA a encomendar menos séries

Divulgação/The CW

Ruby Rose, ex-Orange Is the New Black, é a estrela de Batwoman, um dos pilotos mais aguardados do ano - Divulgação/The CW

Ruby Rose, ex-Orange Is the New Black, é a estrela de Batwoman, um dos pilotos mais aguardados do ano

REDAÇÃO

Publicado em 9/2/2019 - 6h06

A cada começo de ano, as cinco redes de sinal aberto dos Estados Unidos (ABC, CBS, Fox, NBC e The CW) encomendam dezenas de pilotos, como são chamados os primeiro episódios das séries. Dependendo da avaliação, o drama ou a comédia morre ou ganha uma temporada. O domínio de mercado recentemente conquistado pela Netflix, no entanto, levou o quinteto a diminuir os pedidos de novas produções em 20% em 2019, a menor marca em sete anos.

De acordo com levantamento da revista Variety, as cinco TVs encomendaram 50 projetos até agora. A previsão é que esses pedidos fiquem, no máximo, na casa dos 60, bem abaixo dos 76 solicitados no ano passado. Após conversar com fontes do mercado publicitário e agências de talento, a publicação concluiu que plataformas como a Netflix forçam as redes a serem mais cautelosas em seus investimentos, para poder concorrer à altura com a gigante do streaming. 

O presidente de entretenimento da rede CBS, Kelly Kahl, comentou essa nova era da TV norte-americana. "Nós levamos muito a sério como gastamos nosso dinheiro e não vamos fazer pilotos apenas por fazer", afirmou. "Basicamente, queremos investir em séries que valham a pena e tenham potencial de entrar no ar."

A avalanche de produções encomendadas pela Netflix e outras plataformas de streaming também tem outro efeito na indústria de séries. No momento em que as TVs abertas vão ao mercado atrás de roteiristas, muitos dos melhores profissionais já estão comprometidos com as operadoras de TV online. Roteiristas de qualidade inferior fazem séries ruins. E essas não atraem público, são canceladas e desperdiçam recursos.

Outra consequência dessa bola de neve: as redes não estão pedindo mais pilotos de estúdios independentes, como a Sony Television. A tendência é fazer as coisas dentro de casa, para que o lucro integral da série (como o obtido com a venda para o mercado internacional) seja todo do mesmo grupo.

Segundo a Variety, dos 50 pilotos encomendados até agora, somente três são da Sony --dois deles coproduções com outros estúdios. Ciente disso, a Sony está se dedicando a vender seus produtos para a TV paga ou plataformas de streaming.

Renovações acima da média
A Variety também notou que as renovações de séries estão acima da média, em comparação com os anos anteriores. Isso se deve a três aspectos.

Primeiro: é melhor depositar o dinheiro disponível em projetos que já estão no ar. Investir uma série nova é sempre um risco, principalmente se ela vier de um criador desconhecido, e exigirá investimento para conquistar uma audiência sólida.

Esse ponto leva ao segundo, que é a questão da audiência. É mais seguro apostar em séries veteranas, que o público já conhece. Quanto mais uma série fica no ar, mais o lucro dela pode aumentar no futuro, com negociações de reprises em território americano ou exibição em mercados fora dos EUA.

Por fim, a renovação de uma série dá para as redes uma chance maior de reter os talentos criativos, evitando assim que eles fiquem dando sopa para concorrentes, principalmente para as plataformas de streaming.

No ano passado, a Netflix mostrou seu poderio financeiro ao assinar contratos milionários com nomes do calibre de Shonda Rhimes (que fez carreira na ABC), Ryan Murphy e Kenya Barris.

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