CLÁSSICO DOS ANOS 1980
Divulgação/Netflix
Protagonista da franquia, He-Man é deixado de lado em Mestres do Universo: Salvando Eternia
Mais de três décadas depois do fim da série clássica dos anos 1980, He-Man está de volta repaginado pela Netflix em Mestres do Universo: Salvando Eternia, animação que estreia nesta sexta-feira (23) e que serve como sequência da atração original que tornou o personagem um ícone da cultura pop.
Diferentemente da série clássica, na qual o personagem-título era o símbolo do "macho bombado" da época, a série da Netflix "esconde" He-Man e entrega o protagonismo às mulheres. Embora possa provocar raiva em alguns fãs que se recusam a evoluir com a sociedade, a decisão criativa se mostra um acerto e dá um diferente respiro às aventuras no reino de Eternia.
Para aqueles que não se lembram, He-Man e os Mestres do Universo (1983-1985) contava a história do príncipe Adam, herdeiro de Eternia que, para salvar o seu mundo das forças do mal, usava a Espada do Poder e transformava em He-Man, o homem mais poderoso do universo. Ao seu lado, personagens como Teena, Gorpo, Feiticeira e Mantor lutavam contra o vilão Esqueleto e as forças do mal que desejavam dominar o mundo.
Criada por Kevin Smith, cineasta e produtor norte-americano conhecido por ser um grande entusiasta da cultura pop, Mestres do Universo: Salvando Eternia retoma a trama de He-Men e seus amigos do ponto em que a série original parou. A guerra contra as forças de Esqueleto continua, e suas consequências têm proporções desastrosas.
O último embate entre os arqui-inimigos faz com que a magia de Eternia praticamente desapareça e os Mestres do Universo defensores da paz se separem. Décadas depois de deixar o castelo de Grayskull, Teela leva a vida renegando o seu passado e lutando por indefesos ao lado de Andra, sua nova parceira.
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Teela e Maligna na nova versão
Quando descobre que Eternia pode sucumbir se toda a sua magia não for restaurada, ela precisa se juntar a antigos aliados e inimigos em uma missão quase impossível. Com He-Man e seu nêmesis deixados de lado nos primeiros episódios desse revival, os personagens coadjuvantes ganham o espaço para brilhar que nunca tiveram na série original.
Por mais que Gorpo e Mantor fossem muito lembrados pelos fãs, Salvando Eternia entrega o protagonismo principalmente nas mãos de Teena e Maligna, a vilã que sempre serviu como braço direito de Esqueleto. A atitude não apenas alinha a franquia com a evolução da cultura pop, mas também funciona como uma ampliação da narrativa de ambas as personagens. Suas personalidades são mais desenvolvidas e (muito) mais interessantes que as de outros coadjuvantes.
No caso de Teela, sua história na sequência é baseada em segredos nunca antes revelados --desde a sua linhagem original à revelação de que o príncipe Adam era He-Man. Com o protagonista fora de cena, é ela quem precisa assumir a liderança na missão de ir até o Céu e o Inferno de Eternia para salvar seu mundo e seus habitantes.
O elenco de voz da versão original trabalha de forma brilhante. Ciente de que nomes de peso trazem mais interesse para animações atuais, Smith selecionou um time que pode ser facilmente reconhecido pelo fã de cultura pop. A lista incluir Sarah Michelle Gellar (Buffy: A Caça-Vampiros), Lena Headey (Game of Thrones), Mark Hamill (Star Wars), Kevin Conroy (Batman: A Série Animada), Justin Long (Duro de Matar 4.0), Chris Wood (Supergirl) e Dennis Haysbert (24 Horas).
Mestres do Universo: Salvando Eternia é simples, divertida e contada com eficiência. Não apenas é honesta com o legado da série original, como também expande a franquia de forma que a torna mais interessante. A ausência constante de He-Man e Esqueleto pode decepcionar alguns, mas não diminui a qualidade do produto final. Com mais cinco episódios assegurados para a segunda parte, a Netflix pode abrigar um novo sucesso dentro de seu catálogo.
Assista ao trailer da série:
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