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De ícone pop a recorde no Emmy: Os 5 melhores momentos da Netflix em 5 anos

Imagens: Divulgação/Netflix

Millie Bobby Brown na segunda temporada de Stranger Things; adolescente virou estrela - Imagens: Divulgação/Netflix

Millie Bobby Brown na segunda temporada de Stranger Things; adolescente virou estrela

JOÃO DA PAZ

Publicado em 20/7/2018 - 5h53

Ted Sarandos, chefe de conteúdo da Netflix, cunhou cinco anos atrás a frase que virou um lema não oficial da empresa: "A meta é nos tornarmos uma HBO [em tamanho] antes de a HBO se transformar em nós [e investir no streaming]". Passo a passo, a Netflix deixou de ser uma mera distribuidora de programas e superou a rival no Emmy de 2018.

A plataforma de vídeos emplacou 112 indicações no principal prêmio da TV norte-americana, quatro a mais do que o canal pago. Essa conquista é muito representativa, pois acabou com a invencibilidade de 17 anos da HBO.

Sarandos disse a frase profética, que antecipou a incursão da HBO no streaming, em entrevista para a revista GQ, antes do lançamento de House of Cards, um março de 2013. Depois disso, a empresa conseguiu criar um ícone pop (Eleven, de Stranger Things), mostrou seu alcance global ao fazer uma série espanhola repercutir no mundo todo (La Casa de Papel) e fez um documentário (Wild Wild Country) ser tão comentado quanto uma série.

Veja os cinco melhores da Netflix nos últimos cinco anos:

Robin Wright nos bastidores da 6ª e última temporada de House of Cards, sem Kevin Spacey

Série padrão HBO
A Netflix venceu a HBO (e o Showtime e o AMC) na disputa pelo direito de fazer uma versão norte-americana de House of Cards, originalmente uma minissérie britânica da BBC. Foi a primeira investida na TV do cineasta David Fincher, duas vezes indicado ao Oscar. Ele recebeu a "bagatela" de US$ 100 milhões (R$ 385 milhões) para fazer as duas primeiras temporadas.

Com duas estrelas de Hollywood como protagonistas, Kevin Spacey (vencedor do Oscar) e Robin Wright, House of Cards rapidamente virou sucesso de público e crítica. A série se tornou o cartão de visitas da Netflix, uma produção de um alto nível visto anteriormente somente em canais premium da TV paga.

A atração recebeu, pelas cinco primeiras temporadas, 53 indicações ao Emmy. Venceu sete vezes _nenhuma como melhor drama, o prêmio mais cobiçado.

Todo o brilhantismo de House of Cards foi manchado pela demissão de Spacey, no ano passado, após o ator ser acusado de assediar sexualmente um adolescente, nos anos 1980. A série correu o risco de acabar sem um final, mas os produtores acharam uma saída. A sexta e última temporada será focada na agora presidente Claire Underwood, personagem de Robin.

Eleven (Millie Bobby Brown) e sua obsessão por waffles; personagem é ícone da cultura pop

Ícone pop
Após cravar uma série de peso, a Netflix precisava criar um ícone pop, que fosse uma personagem transmídia, com vida própria fora da plataforma. Em 2016, foi lançada a então despretensiosa Stranger Things, um drama com crianças e adolescentes que tocou o coração dos nostálgicos, fisgados pelas diversas referências aos anos 1980. E com ele veio a hipnotizante Eleven.

Interpretada por Millie Bobby Brown, a personagem conquistou os telespectadores. O cabelo raspado, os poderes tipo X-Men, as roupas, as falas, os hábitos alimentares... Tudo virou pop, e a atriz virou uma sensação em Hollywood. Ela é a única dos atores adolescentes com indicação ao Emmy, em 2017 e neste ano.

Personagens de La Casa de Papel armados e mascarados; Netflix continuará trama espanhola

Alcance mundial
Atualmente em mais de 190 países, a Netflix leva ao mundo séries de todos os tipos. Algumas se dão bem apenas em lugares específicos, caso de Sense8, um hit no Brasil. Mas, no Natal do ano passado, entrou no catálogo da plataforma a produção espanhola La Casa de Papel.

Em seu país de origem, a série sobre um grupo que assalta a Casa da Moeda teve pouca repercussão. Originalmente, ela durou apenas uma temporada, na emissora Antena 3. A Netflix exibiu os 15 episódios divididos em duas partes.

O que seria apenas mais uma atração internacional distribuída no meio de tantas outras se transformou em um fenômeno mundial. É a série de língua não-inglesa mais vista da história da Netflix. 

No primeiro semestre, La Casa de Papel foi assunto em todos os eventos que a Netflix fez ao redor do mundo. A repercussão acima da média fez a gigante do streaming anunciar a produção de uma nova temporada, a ser lançada em 2019.

O guru indiano Bhagwan Rajneesh em cena do popular documentário Wild Wild Country

Viralizou
Lançado em março, o documentário Wild Wild Country, sobre a trajetória do guru Bhagwan Rajneesh (ou Osho), foi apresentado para a Netflix pela primeira vez há três anos. Houve resistência na empresa porque a dupla de irmãos idealizadora do projeto, Maclain e Chapman Way, era desconhecida do mercado.

Porém, a chefe de documentários da Netflix, Lisa Nishimura, bancou a atração e o resto é história. A produção foi crescendo no boca a boca e virou sucesso por causa das recomendações que os telespectadores faziam, sempre elogiando o cuidado com cada detalhe da história e o roteiro digno de cinema. Do espanhol El País ao americano New York Times, Wild Wild Country virou assunto em todo o planeta.

Alison Brie puxa cabelo de Betty Gilpin na 1ª temporada de Glow; dez indicações ao Emmy

HBO destronada
A Netflix pode se considerar a grande vitoriosa do Emmy de 2018, mesmo dois meses antes de entregarem as estatuetas. Afinal, ela encerrou um reinado de 17 anos seguidos da HBO na liderança das indicaçõe. A sequência acabou, com a Netflix recebendo 112 indicações para a premiação deste ano e a HBO, 108.

É a consagração da expansão do conteúdo da Netflix em apenas cinco anos. São séries, documentários, programas de variedades, documentários, talk shows e realities, com a presença da plataforma nas respectivas categorias.

Porém, pode ser que ela ainda não consiga em 2018 o tão desejado Emmy de melhor drama (concorre com The Crown e Stranger Things). Em comédia, ela participa da disputa com Glow e Unbreakable Kimmy Schmidt. A rival Hulu é a atual detentora do prêmio de melhor drama, vencido por The Handmaid's Tale.

Um território que a Netflix ainda precisa alcançar é o de filmes. Há dúvidas sobre se os longas produzidos pela empresa são considerados cinema (e, portanto, devem concorrer ao Oscar) ou telefilme (com um espaço no Emmy). Telefilme é algo que a HBO domina, com três indicados (de cinco) na premiação deste ano.

A Netflix só está na categoria de telefilme por causa de Black Mirror. Venceu essa categoria no ano passado, com o episódio chamado de San Junipero, e está na disputa agora com USS Callister, uma paródia de Jornada nas Estrelas.

Para ter um desempenho vitorioso em premiações como o Emmy, a empresa contratou Lisa Taback, estrategista especializada em promover séries e filmes no Emmy e Oscar, respectivamente. Um dos nomes mais cobiçados nos bastidores de Hollywood, Lisa tem no currículo sete vitórias de melhor filme no Oscar.

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