Sucesso nos EUA
Divulgação/Netflix
Os atores Storm Reid e Jharrel Jerome na minissérie Olhos Que Condenam, sucesso na Netflix dos EUA
JOÃO DA PAZ
Publicado em 12/6/2019 - 19h08
Melhor drama do ano segundo o site Metacritic, Olhos que Condenam foi a série mais vista na Netflix norte-americana durante 12 dias seguidos. A atração baseada em fatos reais, sobre cinco adolescentes condenados injustamente por estupro e agressão, ficou à frente de tudo o que está na plataforma, inclusive duas produções recém-lançadas: Black Mirror (quinta temporada) e Designated Survivor (terceira).
Sempre misteriosa sobre os números de seu conteúdo no streaming, a Netflix fez uma pequena abertura em sua caixa-preta em uma mensagem publicada no Twitter nesta quarta (12): "Olhos que Condenam tem sido a série mais vista na Netflix norte-americana todos os dias desde que estreou", anunciou a empresa.
Criada por Ava DuVernay, cineasta com filme e documentário indicados ao Oscar, a minissérie de quatro capítulos deixou o público boquiaberto com cenas pesadas, como coerção policial e violência psicológica. E tudo aquilo que a trama mostra ocorreu de verdade, em um dos casos mais escandalosos dos Estados Unidos.
A minissérie da Netflix, que estreou no último dia 31, é visceral ao retratar sem filtros como a polícia e a promotoria pública de Nova York montaram uma narrativa falsa para acusar cinco adolescentes negros e latinos de estuprar e agredir Trisha Meili, uma mulher branca e rica.
O caso real, que ficou conhecido como a Corredora do Central Park, ocorreu há 30 anos. E ele só foi solucionado de fato em 2002, assim que o verdadeiro estuprador assumiu a culpa. O quinteto teve sua condenação anulada.
A justiça veio aos poucos. Em 2014, os cinco rapazes receberam uma indenização de US$ 41 milhões (R$ 158 milhões), maior valor pago pela cidade de Nova York em um caso policial. E logo após a estreia de Olhos que Condenam na Netflix, a promotora Linda Feirstein sofreu um linchamento virtual, devido aos relatos de como ela manipulou o caso, chegando a chamar os meninos de "animais."
Ela perdeu cargos em instituições importantes e uma campanha foi lançada para incentivar o boicote a seus livros, pois depois do caso ela ganhou fama como uma bem-sucedida autora de romances policiais. Linda também foi demitida da editora Dutton, que publicava seus livros.
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