Laranja é moda
Divulgação/Netflix
Taylor Schilling na primeira temporada de Orange Is the New Black, série da Netflix exibida pela Band
JOÃO DA PAZ
Publicado em 29/4/2020 - 5h06
Série essencial da Netflix, Orange Is the New Black (2013-2019) alcança novos telespectadores na Band, que estão se familiarizando com as nuances da história sete anos depois. O drama sobre presidiárias tem um jogo de palavras no título que zomba a patricinha Piper Chapman (Taylor Schilling). Mas, então, o que significa Orange Is the New Black?
Compreender o nome da uma série é um passo importante para entendê-la. Existem aquelas que ganham uma tradução abrasileirada que facilitam as coisas, como As Visões da Raven, adaptação de That's So Raven (2003-2017). O título original traz uma expressão da língua inglesa que traduzida ao pé da letra não faria muito sentido. Ficaria algo esquisito, como Isto É Muito a Raven. O novo nome que a comédia recebeu em português caiu como uma luva
Já Orange não ganhou um nome brasileiro, nem pela Netflix nem pela Band. A tradução direta de Orange Is the New Black fica Laranja É o Novo Preto, uma conexão entre o mundo atrás dos muros e grades com a indústria da moda.
No circuito da alta e baixa costura, "the new black" indica o que vem a ser a nova onda ou mania, o que vai bombar na próxima estação. Neste meio é comum se deparar com frases do tipo "azul é o novo preto", que sinaliza a cor tendência das coleções a serem lançadas, para o público e fabricantes ficarem antenados. O "novo preto" está na expressão porque a cor preta, teoricamente, nunca sai de moda.
Já o laranja entra na equação porque essa é a cor das roupas que as presidiárias usam em Litchfield, onde Piper entra para cumprir uma pena de 15 meses, por tráfico de drogas. Ela, que era ricaça e consumidora fashion, agora tem de se contentar com calças e camisas cafonas da cor laranja.
A série brinca muito com essa ironia na vida de Piper, principalmente nos primeiros episódios. Como quando a espirituosa Lorna Morello (Yael Stone), ao levá-la para a penitenciária, mostra uma revista de moda e pede para a loira dizer qual de dois vestidos chiques é o mais bonito.
Por trás dessa nova moda, o laranja tem um simbolismo para a rotina de Piper e de outras presidiárias como ela. A feminilidade de se cuidar e se vestir com o que tem de mais bonito no closet, como a protagonista aparece fazendo no primeiro episódio, é deixada de lado para o mais básico do básico. E não é o vestidinho preto básico que nunca falha, mas sim um uniforme laranja indesejado.
Hollywood popularizou a cor laranja como a que os presos novatos americanos usam, seja dentro do cárcere, quando estão em um tribunal ou durante uma transferência. Mas não há uma cor padrão de uniforme prisional nos Estados Unidos. Tem presídios no país em que os presidiários usam camisa rosa e calça amarela, por exemplo. Varia de local a local.
A série da Netflix, que durou sete temporadas, é baseada nas memórias de Piper Kerman, escritas no livro que em sua primeira edição se chamava Orange Is the New Black: Meu Ano em uma Prisão Feminina, lançado em 2010. Atualmente, a obra pode ser encontrada em livrarias, online ou físicas, apenas com o nome do drama, com Taylor Schilling e outras atrizes na capa.
Na Band, episódios inéditos na TV aberta são exibidos nas noites de sábado, sempre às 23h. Nesta semana, vai ao ar o décimo episódio da primeira temporada, composta de 13 capítulos.
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