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50 anos de carreira

De coroinha a petista odiado: José de Abreu ri de ataques e lança livro

Reprodução/TV Globo

José de Abreu em cena de Segundo Sol; ator começou a carreira em um filme em 1968 - Reprodução/TV Globo

José de Abreu em cena de Segundo Sol; ator começou a carreira em um filme em 1968

MÁRCIA PEREIRA

Publicado em 27/6/2018 - 5h39

José de Abreu comemora 50 anos de carreira com o lançamento da Abreugrafia, sua biografia que chega às lojas em agosto. Aos 72 anos, o Dodô de Segundo Sol relembra que foi coroinha e nunca imaginou dar certo como ator. Polêmico pelas declarações que faz sobre política, o veterano afirma que nunca teve problemas com isso na Globo e dá risada dos episódios de hostilidade que sofreu por seu posicionamento.

"Faço política desde que tenho 18 anos. Se pegar minha geração inteira, todos os artistas eram de esquerda. O teatro era uma coisa de esquerda. Fomos muito perseguidos pela ditadura, muita censura. Nunca tive uma posição partidária, de ser petista. Nunca fui em reunião [do PT]. Sou um esquerdista, nunca fui comunista", diz.

O ator conta que já foi xingado ao tentar brincar com o cachorro de uma senhora na praia, chamado de comunista por um playboy que passou por ele em um carro chique na rua e insultado em um restaurante. Para não falar dos ataques constantes nas redes sociais. Mas isso não o incomoda nem o atrapalha. 

Abreu afirma que, diferentemente do que muitos pensam, ele recebe muito mais apoio do que rejeição. Durante as gravações da atual novela das nove na Bahia, o ator foi abordado por muitas pessoas para falar sobre política.

"Salvador é petista, total. Tem muito mais gente que vem apoiar minha posição, mesmo gente que é contra o PT, porque cada um tem o direito de pensar o que quer né?", comenta Abreu.

No livro, o ator relembra o começo da carreira em um filme de 1968, em que era rival de Francisco Cuoco, assim como acontece agora na novela das nove. No mesmo ano, ele foi preso em um congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes).

"Nunca tinha pensado em ser ator, comecei a fazer teatro antes de fazer uma peça. Era um caipira do interior. O máximo que eu queria ser era o mocinho do cinema. De repente, me pinta uma carreira que eu nem sabia que existia, e eu dei certo."

Abreu teve momentos difíceis também. "Quando eu morei no Rio Grande do Sul, comecei a ter filho e aí descobri um nicho que era o teatro infantil, passei a produzir e apareceu um argentino me convidando para fazer um filme", recorda-se.

maurício fidalgo/tv globo

Abreu em cena com Armando Babaioff, Arlete Salles e Luis Lobianco na novela das nove

Guinada e sorte
Ele foi visto nesse longa-metragem pelo diretor Roberto Talma (1949-2015), que o levou para a Globo. "Comecei a fazer um estágio de direção e 15 dias depois me colocaram de diretor de novela das oito", conta.

Místico, ele diz que a melhor palavra para resumir sua trajetória é sorte. "Fui seminarista, tocador de sino de igreja, até hoje se vou na missa respondo em latim. Teve uma época em que entrei de cabeça nas religiões orientais. Depois, fui para um centro espírita e fiquei um ano desenvolvendo mediunidade. Por isso, não tem nada a ver me chamarem de comunista ateu."

Pai de cinco filhos (um deles morreu há mais de 20 anos em um acidente), o intérprete de Dodô tem quatro netos. "Sou um pai muito presente, mas não sou muito avô. Brinco com meus filhos que ninguém me pediu autorização para ser avô", diz, aos risos.

Fazer comédia é bom, e o ator declara que curte a leveza de seu núcleo na novela. Ele afirma que não sabe nada sobre o passado de Dodô. Na trama, o pai de Beto (Emilio Dantas) traiu a mulher com Gorete (Thalita Carauta) e mantém o filho que teve com ela em segredo.

O veterano estava escalado para Segundo Sol desde que terminou de gravar A Regra do Jogo em 2016, mas chegou a ser liberado do papel porque acharam que ele era novo demais para o personagem.

"Soube em dezembro, no dia em que vim conversar com o Dennis [Carvalho, diretor artístico]. Falaram 'Volta para fazer a novela do Aguinaldo [Silva, autor da próxima trama das nove]'. Marquei de ir para os Estados Unidos, aí me ligaram dizendo que o João [Emanuel Carneiro, autor] me queria de volta."

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