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DOCUMENTÁRIO NA NETFLIX

Machismo ou vitimismo? Elize Matsunaga foi julgada pela mídia e pela Justiça

REPRODUÇÃO/NETFLIX

Foto do casal Elize Matsunaga e Marcos Matsunaga em que os dois aparecem sorrindo

Elize Matsunaga com o marido Marcos Matsunaga, que foi morto por ela em 2012

KELLY MIYASHIRO

kelly@noticiasdatv.com

Publicado em 12/7/2021 - 6h30

O documentário Elize Matsunaga: Era Uma Vez Um Crime, disponível na Netflix, mostra que a assassina de Marcos Matsunaga --herdeiro da Yoki-- foi julgada tanto pela Justiça quanto pela mídia. Condenada a quase 20 anos de prisão, a estrela da série documental argumenta que acusação e veículos de imprensa se apoiaram no passado dela como garota de programa e deixa uma dúvida para o público: vitimismo ou machismo?

Em seus quatro episódios, a série mostra a primeira entrevista de Elize a um veículo de mídia desde que ela matou e esquartejou o empresário e pai de sua filha pequena em 2012. De cara limpa, a loira dá suas versões dos fatos e diz que teve um surto ao matar Marcos, que teria lhe dado um tapa na cara após ser confrontado com a prova de que tinha uma amante.

Segundo ela, as coisas aconteceram muito rápido, e sua reação foi esconder o corpo, tirá-lo do apartamento em que os dois moravam na Vila Leopoldina, bairro nobre de São Paulo. Com conhecimentos de anatomia por ter sido enfermeira, a criminosa cortou o corpo em vários pedaços, separou-os em sacos plásticos e malas e desovou tudo no meio de uma mata em Cotia, região metropolitana da capital. 

Em contrapartida, a acusação, na época do julgamento, tentou convencer o júri de que a assassina tinha agido com requintes de crueldade, por interesse na herança bilionária do marido e para não perder o padrão de vida conquistado quando ela se casou com um herdeiro.

O documentário dirigido por Eliza Capai explora os fatos sobre a morte, com os dois lados da história e trazendo recortes de noticiários que cobriram o caso. Em diversos momentos, tanto promotores quanto jornalistas ressaltaram a vida como garota de programa de Elize --a qual ela mesma admite que teve, já que conheceu o marido através de um site de acompanhantes.

Entretanto, a produção também resgata como a vítima do assassinato tinha um passado peculiar: Marcos Matsunaga gostava de contratar várias prostitutas, colocando em xeque sua integridade moral.

Resta ao público tirar as próprias conclusões. Se Elize foi uma vítima de um relacionamento abusivo e apenas se defendeu de abuso psicológico, humilhações e de uma agressão física do marido, ou se ela foi uma golpista, interesseira e assassina cruel. 

"Não dá pra falar sobre tudo. Tem coisas aqui que eu não consegui expor, não consegui ir a fundo e trazer em palavras. E há segredos na vida que a gente leva pro túmulo. Há segredos que são proibidos pra mim, e que eu levarei pro túmulo. Não serão ditos aqui em nenhum momento", avisa Elize no final do terceiro episódio. 

Confira o trailer da série documental Elize Matsunaga: Era Uma Vez Um Crime, que já está disponível na Netflix:


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