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PEDAÇO DE MIM

Grávida pós-estupro em série, Juliana Paes é contra o PL do aborto: 'Gastura'

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

Em cena de Pedaço de Mim, Juliana Paes está olhando para alguém com a expressão de raiva

Juliana Paes é Liana em Pedaço de Mim: mulher é estuprada e engravida do seu algoz

CARLA BITTENCOURT, colunista

carla@noticiasdatv.com

Publicado em 21/6/2024 - 6h10

Em Pedaço de Mim, melodrama da Netflix que estreia em 5 de julho, Juliana Paes vive uma mulher que engravida depois de ser estuprada e pensa em abortar o bebê que espera. O drama, mais atual do que nunca, é um dos assuntos mais debatidos no Brasil por causa do Projeto de Lei 1904, mais conhecido como PL do aborto, que deseja criminalizar mulheres e médicos que interrompam suas gestações, mesmo em caso de abuso.

Em conversa com o Notícias da TV, a atriz defende sua personagem e se mostra indignada com quem ainda se sente no direito de "estar debatendo essas escolhas sobre o corpo feminino", como ela mesma define.

"A Liana, em algum momento, escolheu se ela queria levar [a gravidez] adiante ou não. E você imaginar que essa possibilidade de escolha está sendo posta um pouco em xeque desse jeito, me dá uma grande gastura, uma grande agonia", diz a Jacutinga de Renascer.

Na história, Liana está separada do marido, Tomás (Vladimir Brichta), quando se envolve com o irmão de sua melhor amiga. Embriagada e drogada, a mulher é levada para sua casa pelo cafajeste, que se aproveita para estuprá-la. Para piorar, Oscar (Felipe Abib) tira o preservativo sem o consentimento dela.

Assim como muitas mulheres, Liana tem dificuldade de entender que foi violentada --não só por não se lembrar da noite em que ficou com o amigo, mas também por não querer acreditar que ele tenha feito algo com ela.

"A maioria dos casos de violência sexual, de abuso, de estupro, é com pessoas próximas, né? Pessoas da família, pessoas que você conhece. Então, você leva um tempo pra entender o que aconteceu, você leva um tempo pra conjecturar, você tem um tempo da culpa, o tempo de achar que você tem responsabilidade sobre aquilo", avalia Juliana.

Para a estrela, a estreia da série ocorrer em um período no qual o assunto é tão discutido é uma coincidência positiva. Ela elogia a possibilidade de o público poder refletir um pouco mais sobre os motivos que levam uma mulher a tomar a decisão de interromper sua gravidez.

"São tantas coisas que eu acho que a série traz para que as pessoas pensem: 'Cara, não é tão simples assim você entender que foi estuprada'. A gente vê muitos casos em que as pessoas perguntam por que a vítima demorou a denunciar. Meu Deus, porque a gente demora!", sentencia.

A ficha demora a cair, são mil culpas, mil cobranças, falta de apoio, medo da exposição. Acho que a série aborda muito bem isso, com muita sensibilidade, e isso só pode ser bom para esse debate nesse momento.

No caso de Liana, a situação é um pouco mais dolorosa. Além de engravidar do seu estuprador, ela também acaba esperando um filho do seu marido ao mesmo tempo. Uma raridade científica, a superfecundação heteroparental consiste em uma gravidez de gêmeos de pais diferentes. Decidida a abortar o bebê do bandido, ela sente medo de botar em risco a vida do outro feto.

"Eu acho que, na vida, a gente melhora para exercitar essa empatia, essa capacidade de se colocar no lugar do outro. Eu acho que a nossa trama é muito feliz porque ela provoca o tempo inteiro o espectador a se colocar nesse lugar do outro", pontua Juliana.

Confira o trailer de Pedaço de Mim:


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