PLANTÃO COVID
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Evandro (Julio Andrade) e Carolina (Marjorie Estiano) em Sob Pressão: marcas deixadas pelos EPIs na pele
Em meio a face shields, máscaras N95, toucas e capotes, Evandro (Julio Andrade) e Carolina (Marjorie Estiano) precisarão fisgar o público num piscar de olhos na estreia de Sob Pressão: Plantão Covid nesta terça (6). Cobertos da cabeça aos pés, os atores encararam o desafio de mostrar os dramas de um hospital de campanha apenas com o olhar e própria voz.
Em dois episódios, a trama assinada por Lucas Paraizo mostrará a realidade dos profissionais de saúde que arriscam a própria vida para combater a pandemia de coronavírus. "Até a máscara é aquela usada dentro das alas de Covid-19 nos hospitais, usamos o mesmo EPI [equipamento de proteção individual]", explica o diretor Andrucha Waddington.
A produção foi gravada durante 21 dias nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, sob um rígido protocolo de segurança para evitar infecções pelo vírus Sars-Cov-2. Além de testes semanais, o elenco e a equipe eram obrigados a passar por medição de temperatura diária, uso de máscara e higienização das mãos com álcool gel a cada cinco minutos.
Ao contrário das novelas, em que até efeitos especiais serão usados em cenas de beijo para evitar o contato, os atores da produção rodaram boa parte de suas sequências encapotados --uma vantagem que virou revés, já que limitou as suas expressões faciais e corporais.
"O olho é a coisa mais importante, mas eu me pergunto se vai segurar por muito tempo ou se vamos conseguir passar a emoção só por eles", pondera Andrade. "Mesmo se ficar mais difícil compreender o sentimento de cada personagem em função dessa cobertura, temos uma licença neste momento para contar um pouco da vida dentro da cápsula", filosofa Marjorie.
JOÃO FAISSAL/TV GLOBo
Evandro (Julio Andrade) coberto da cabeça aos pés
Intérprete do clínico Décio, Bruno Garcia avalia que esse estranhamento também surpreendeu os profissionais de saúde na vida real, já que "desumanizou" médicos, enfermeiros e técnicos. "Fica todo mundo com a mesma cara de astronauta, então por isso a gente importou a questão do crachá", brinca o ator.
Durante a crise sanitária, o acessório passou a ter não só o nome das pessoas, mas também fotos para que os pacientes consigam ver os rostos de quem está cuidando deles. Um detalhe que é primordial em um momento no qual aquelas pessoas estão sozinhas e isoladas de sua família devido ao risco de contaminação.
"Os profissionais passaram a fazer o papel desse familiar, então o trabalho deles ganha um lado humano muito forte. São eles que fazem o contato entre quem está internado e o mundo lá fora", explica Waddington.
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