Coronavírus
Divulgação/The CW
Terry Crews na comédia Todo Mundo Odeia o Chris; Julius seria candidato forte a burlar o distanciamento social
JOÃO DA PAZ
Publicado em 7/4/2020 - 6h11
Tem muita gente desobedecendo a orientação de ficar em casa para evitar a proliferação do novo coronavírus (Covid-19). No mundo das séries, não faltam personagens que teriam comportamento igualmente egoísta. Imagina se a patricinha Hilary Banks (Karyn Parsons), de Um Maluco no Pedaço (1990-1996), conseguiria viver sem os rolês nas suas butiques preferidas?
E como seria se a cheia de vida Kimmy Schmidt (Ellie Kemper), de Unbreakable Kimmy Schmidt (2015-2019), fosse impedida de ver as maravilhas de Nova York e colocar o pé na rua após ficar enclausurada em um buraco durante 15 anos?
Quem também teria muita dificuldade em passar uma quarentena quietinha seria Miriam "Midge" Maisel (Rachel Brosnahan), de The Marvelous Mrs. Maisel, a dondoca liberta do casório, mas impossibilitada de desfrutar sua independência.
E como um pai de família com dois empregos, igual a Julius (Terry Crews), da comédia Todo Mundo Odeia o Chris (2005-2009), encararia essa situação? Certo é que o biruta da série Seinfeld (1989-1998), o descabelado Kramer (Michael Richards), não sobreviveria preso em seu apartamento.
Saiba por que esses cinco personagens das séries achariam um jeito de infringir a recomendação de ficar em casa:
Divulgação/NBC
Karyn Parsons foi a Hilary Banks em Um Maluco no Pedaço; mais nas lojas do que em casa
Soberba em pessoa, a mimada Hilary seria a favorita para burlar o isolamento social. Filha do juiz Philip Banks (James Avery), a jovem bancada pelo pai daria um jeito de torrar a mesada e manter distância da luxuosa mansão no bairro de Bel-Air, em Los Angeles, onde ela nunca foi mesmo de estar presente, convivendo em família na série Um Maluco no Pedaço (Amazon, Netflix, Comedy Central).
A patricinha viveu toda a sua vida sem nenhuma consciência ativista, demostrando ter zero comprometimento social. E quando fez uma boa ação, como ser voluntária em um refeitório que atendia pessas menos favorecidas, só foi para ganhar ibope.
Em boa parte da comédia Todo Mundo Odeia o Chris (Globoplay, Comedy Central), Julius viveu mais fora de casa do que dentro. Afinal, ele tinha dois empregos. Por isso, certa vez em um Dia dos Pais ele pediu um dia para si, longe da família. Só que não aguentou ficar em casa sem fazer nada e foi ao encontro da mulher e dos seus três filhos, prestes a visitar um museu (com um cupom de desconto, claro).
Se os dois empregos de Julius fossem suspensos, ele daria um jeito de arranjar outro para se ocupar com algo. A ideia de estar dentro de casa com toda aquela criançada, sem escola, fazendo barulho, não iria agradá-lo. Ele só faria questão de reservar um tempo à tarde para assistir à sua novela preferida: The Young and the Restless. Caso não fosse possível, um gravador resolveria.
A fofa e ingênua Kimmy Schmidt (Unbreakable Kimmy Schmidt, da Netflix) viveu 15 anos de sua vida em um buraco. Ela pertencia a uma seita apocalíptica, com um profeta do fim do mundo na liderança. Ao sair do bunker, a "mulher-toupeira" foi para Nova York desfrutar a liberdade e recuperar o tempo perdido.
Para Kimmy, seria irônico depois de passar pelo que passou, ser orientada a ficar de quarentena... A vontade de conhecer as novidades da vida moderna na cidade grande, andar de metrô e comer doces no jantar superaria a opção de ficar em casa. Não haveria como prendê-la dentro de quatro paredes. Caso fosse assim, sem uma válvula de escape, ela enlouqueceria ou levaria seu amigo Titus Andromedon (Tituss Burgess) a violar o distanciamento social e ir dar uma volta na rua.
divulgaçÃo/nbc
Em um isolamento social, Kramer (Michael RIchards) não teria acesso à geladeira do vizinho
Se levada ao pé da letra, a quarentena deixaria Kramer (Michael Richard) morrendo de fome em Seinfeld. Impedido de visitar o vizinho comediante Jerry Seinfeld (interpretado por ele mesmo), o doido simpático não teria à sua disposição a geladeira e a despensa do amigo como seu mercadinho particular.
Sujeito mais sociável da comédia, considerada a melhor de todos os tempos, Kramer sofreria de solidão profunda. Além de ter muitos amigos, ele conhecia pessoas aleatórias com tremenda facilidade, do tipo de criar um fumódromo no seu apartamento para acolher quem foi proibido de fumarem em lugares fechados. Difícil imaginar Kramer só, sem estar armando uma traquinagem.
Assim como Kimmy, um ato simples como andar de metrô era tudo para a dondoca Midge, da premiada série The Marvelous Mrs. Maisel (Amazon). Ter contatos com pessoas e poder curtir tudo do bom e do melhor após se separar do marido foi o que deu a ela uma nova vida. Voltar à rotina caseira seria desanimador.
Pois foi justamente na rua que Midge se encontrou, principalmente após visitar um bar sujo em Nova York e descobrir a magia da comédia stand-up. Em cima do palco estava ela a desabafar sobre a desgraça que foi seu casamento, para alegria do público (que ainda a viu fazer de topless, de brinde).
Quem um dia experimentou tal liberdade, depois de viver amarrada em um dia a dia sem sabor, dificilmente conseguiria obedecer qualquer ordem de isolamento social.
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