Haja inspiração
Divulgação/Paramount Channel
O ator Taylor Kitsch interpreta o líder de seita David Koresh em cena da minissérie Waco
JOÃO DA PAZ
Publicado em 25/5/2018 - 5h22
Quem assistiu ao documentário Wild Wild Country ficou abismado ao conhecer a seita obscura fundada pelo milionário guru indiano Bhagwan Shree Rajneesh. O público que devorou a atração da Netflix também pode se deliciar com séries sobre seitas, reais ou não, que exploram mais detalhadamente as nuances de grupos malucos, como um que adorava um cristo poligâmico e outro no qual o líder era um messias hippie.
A primeira história foi contada em Waco, drama sobre David Koresh (Taylor Kitsch), um sujeito que dizia ser a reencarnação de Jesus Cristo, com permissão para se relacionar com quantas mulheres quisesse. Já o segundo caso foi retratado em Aquarius, que narrou a jornada de Charles Manson (Gethin Anthony), um aliciador de mulheres jovens, recrutadas para serem assassinas.
Há ainda seitas malucas em The Leftovers (em que os fiéis não abrem a boca, a não ser para fumar cigarro), The Path (série na qual tomar suco verde é a chave para eliminar o pecado do corpo) e Unbreakable Kimmy Schmidt (em que todos brincavam de casinha embaixo da terra à espera do fim do mundo).
Saiba mais sobre como essas cinco séries retrataram seitas insanas:
divulgação/NBC
Gethin Anthony (Charles Manson) com Ambyr Childres (à esq.) e Emma Dumont em Aquarius
Aquarius
Cerca de cem pessoas, a maioria belas jovens de classe média, integravam a Família Manson, seita de Charles Manson (1934-2017). Protagonizado por David Duchovny, o Mulder de Arquivo X, o drama Aquarius (2015-2016) mostra como uma dessas mulheres foi atraída pelo hippie. A série foi exibida no Brasil pelo canal Mais Globosat.
Em meio a pregações a favor do meio ambiente, Manson usava a Bíblia para anunciar o fim do mundo. Com um jeitão carismático, o barbudo aliciou jovens em plena era do paz e amor, no fim dos anos 1960. A seita entrou para a história por diversos crimes, a maioria apenas porque Manson estava com birra de alguém.
O caso mais famoso ocorreu em agosto de 1969. A atriz Sharon Tate, uma das beldades de Hollywood, morreu por engano. Ela tinha acabado de se mudar para uma mansão antes habitada por um empresário musical que frustrou o sonho de Manson de virar cantor. O líder da Família Manson escalou três súditas para irem até a residência e matar todos que lá estavam. Sharon e outras quatro pessoas morreram.
reprodução/HBO
Vencedora do Emmy, Ann Dowd deu vida à temida líder da seita Guilty Remmant em Leftovers
The Leftovers
Chamada de Guily Remmant (Remanescentes Culpados), a seita fictícia de The Leftovers (2014-2017, da HBO) surgiu após 2% da população mundial desaparecer em 14 de outubro de 2011. Diversos cultos foram criados, mas a Guilty Remmant foi a que ganhou mais relevância na trama.
Os integrantes do grupo tinham um comportamento para lá de esdrúxulo. Vestidos de branco, eles não falavam (se comunicavam usando cadernos), mas fumavam cigarros o tempo todo. Para os fiéis, o cigarro não era apenas um prazer; era uma forma de demonstrarem sua fé. Isso porque eles aceitavam que o Julgamento Final estava próximo e não temiam o que viria, fosse a condenação ou a salvação.
divulgação/hulu
Michelle Monaghan e Aaron Paul (ex-Breaking Bad) viveram mulher e marido na série The Path
The Path
A série The Path (2016-2018, inédita no Brasil) mostrou a seita fake mais engenhosa. A roteirista Jessica Goldberg, criadora do drama, inventou com precisão dogmas e símbolos de um movimento chamado de Meyerismo. Entre tantos detalhes, ela se preocupou até em deixar os integrantes do grupo enfurecidos ao ouvirem dizer que faziam parte de uma seita. "É um movimento", rebatiam, raivosos.
O tal "movimento" era a mistura de um culto apocalíptico com um grupo de hippies naturalistas. Eles viviam em uma comunidade rural, pregavam o fim do mundo e buscavam a Luz, fonte de sabedoria. Quem quebrava algum dogma era enclausurado em um quarto branco iluminado e tinha de tomar suco verde para se desintoxicar.
divulgação/netflix
Na comédia Unbreakable Kimmy Schmidt, Ellie Kemper e Jon Hamm formaram um casal
Unbreakable Kimmy Schmidt
A comédia Unbreakable Kimmy Schmidt, que retorna com a primeira metade da sua quarta e última temporada na próxima quarta (30), satiriza as barbaridades que as seitas impõem aos seus seguidores. No caso, quatro mulheres passaram 15 anos em um abrigo debaixo da terra, sendo que três delas entraram ainda adolescentes, sequestradas por um reverendo que profetizava o fim do mundo.
O maluco da vez se chamava Richard Wayne, interpretado por Jon Hamm (Mad Men), que se casou com uma das jovens, a ingênua Kimmy Schmidt (Ellie Kemper), a protagonista da trama. A série acompanha a vida dela, conhecida como uma das "mulheres-toupeira", depois de ser liberta. Kimmy deixa a zona rural de Indiana para desbravar um novo mundo: a cidade de Nova York.
A comédia tira sarro de situações vividas pelas integrantes da Igreja Medonha do Salvador Rick do Apocalipse Assustador. Em cenas de flashbacks, elas matavam o tempo no bunker com brincadeiras como dirigir carros invisíveis e encenar causos que remetiam à infância. Em um momento mais sombrio, Kimmy chegou a insinuar que o reverendo as estuprava ao comentar que "rolava um sexo estranho no abrigo".
divulgação/paramount channel
Taylor Kitsch em Waco: além das pregações apocalípticas, David Koresh curtia tocar um rock
Waco
Em 1993, o canal de notícias CNN explorou ao extremo o famigerado Cerco de Waco, uma ação de forças policiais regionais e federais dos Estados Unidos contra a comunidade Ramo Davidiano, uma dissidência da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A operação durou 51 dias e acabou após a sede da seita pegar fogo. Morreram 82 integrantes, dos quais 23 eram crianças.
Exibida no começo deste ano, a minissérie Waco (inédita no Brasil), mostrou como essa seita cresceu e chamou a atenção da força policial norte-americana. David Koresh (Taylor Kitsch, de Friday Night Lights) usava seu conhecimento bíblico, carisma e uma fala bem articulada para alertar sobre o apocalipse iminente.
Ele acreditava ser o Cordeiro de Deus (Jesus Cristo), único capaz de quebrar os sete selos que revelariam os detalhes do fim do mundo, conforme relatado no livro do Apocalipse, na Bíblia. Koresh pregava que os EUA eram a Babilônia e que queriam destruí-lo na base da bala. Por isso, ele se armou até os dentes esperando um ataque. O FBI ficou sabendo do arsenal, cerca de 250 armas, e decidiu fazer o cerco.
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.