De condessa drag a folclore asiático: Cinco séries obscuras do Globoplay

A Globo tem investido pesado para transformar o Globoplay em uma alternativa para a Netflix no mercado de streaming. Mas, para cada Big Bang Theory e Handmaid's Tale disponíveis na plataforma, há uma série mais obscura, como a alemã Babylon Berlin, que tem uma condessa russa que se veste como homem para cantar em uma boate, ou Halfwords, produção indonésia que explora o folclore asiático.

Até quando busca atrações em mercados mais conhecidos, como o norte-americano ou o inglês, o Globoplay tem fugido do lugar-comum. Entraram para a plataforma, por exemplo, a comédia britânica Detectorists, sobre uma dupla de caçadores de objetos valiosos, e Pure Genius, série flopada da rede CBS sobre um bilionário que investe em um hospital de última geração.

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Em entrevista ao Notícias da TV, o diretor-geral do Globoplay, João Mesquita, informou que a empresa voltou de malas cheias da LA Screenings, feira de televisão que reúne alguns dos principais players do mercado --e também estúdios independentes, que têm pouco espaço entre os grandes.

O objetivo da plataforma do Grupo Globo é ter 100 séries internacionais no catálogo até o fim do ano. "A ideia é termos uma série nova por semana. Claro que podemos lançar três atrações de uma vez e aí passar uma ou duas semanas sem nada. Mas, na média, estamos trabalhando com uma novidade por semana", disse Mesquita.

Confira cinco atrações obscuras que estão disponíveis no Globoplay: 

Divulgação/Sky 1

Com cenas grandiosas, Babylon Berlin é a produção de língua não-inglesa mais cara da TV

Babylon Berlin
A série Babylon Berlin reconstrói a Alemanha de 1929, no período entreguerras, por meio do inspetor Gereon Rath (Volker Bruch), que tenta desmantelar uma rede de extorsão em Berlim, e da taquígrafa Charlotte Ritter (Liv Lisa Fries), que faz bico como prostituta e sonha em trabalhar com a polícia. Nos Estados Unidos e no Canadá, ela está no catálogo da Netflix.

Superprodução avaliada em 38 milhões de euros (R$ 159 milhões), o que a torna a série de língua não-inglesa mais cara da história, a atração conta ainda com nazistas, judeus, socialistas e a russa Svetlana Sorokina (Severija Janusauskaite), uma de suas personagens mais interessantes: a condessa saiu da Rússia para fugir da revolução e se escondeu na capital alemã, onde trabalha como espiã soviética e se veste como homem para cantar no cabaré Moka Efti.

divulgação/itv

Criador e astro de Detectorists, Mackenzie Crook (à esq.) contracena com Toby Jones na série

Detectorists
Conhecido por atuar nos filmes da franquia Piratas do Caribe e por seu papel na versão britânica de The Office (2001-2003), Mackenzie Crook criou, dirigiu e estrelou Detectorists (2014-2017), uma comédia sobre os amigos Andy (Crook) e Lance (Toby Jones), que moram em uma cidade pequena e ganham a vida procurando tesouros enterrados no solo com seus detectores de metal.

Com apenas 19 episódios, a série ganhou o Bafta (maior prêmio da TV britânica) de melhor comédia roteirizada em 2015. Já Jones foi premiado por sua atuação na terceira temporada, após ser indicado pela primeira vez em 2016. O elenco conta ainda com Diana Rigg, estrela da clássica série Os Vingadores (1961-1969) e indicada quatro vezes ao Emmy por sua atuação em Game of Thrones.

divulgação/hbo asia

Revelada em um reality show musical, Myra Molloy atua em Halfworlds como a cantora Wish

Halfworlds
Assistir a uma série gravada na Indonésia já parece uma experiência inusitada, mas Halfworlds (2015-2017) consegue ser ainda mais fora da caixinha. A atração, exibida inicialmente pela HBO Asia, conta a história de uma sociedade secreta na cidade de Jacarta que é composta por demônios típicos do folclore asiático.

Após passarem séculos ocultas no submundo, essas criaturas, chamadas de demits, são reveladas durante um evento sobrenatural. Na primeira temporada, a artista de rua Sarah (Salvita Decorte) entra em contato com os demits e se vê presa em uma guerra entre os humanos e os demônios. No segundo ano, é a vez da pesquisadora Juliet (Tia Tavee) investigar mais sobre a mitologia da Tailândia.

divulgação/itv

Karla Crome e Noel Clarke são os astros da série The Level, produção britânica de suspense

The Level
Principal concorrente da BBC na Inglaterra, a ITV lançou em 2016 a série The Level, suspense sobre a policial Nancy Devlin (Karla Crome), que é escalada para investigar a morte de um empresário corrupto com quem ela tinha uma ligação. Como ela acompanhou o crime, a oficial tenta esconder a todo custo seu segredo dos colegas policiais --entre eles, Sean "Gunner" Martin (Noel Clarke, de Doctor Who).

No lançamento da atração, Clarke valorizou o fato de a ITV ter apostado em dois atores negros para carregarem o drama. "Eu acho muito progressivo, ter não só uma mulher como protagonista, mas uma mulher negra, e que o parceiro dela seja negro também. Isso diz muito sobre como estamos evoluindo", disse ao Digital Spy.

divulgação/cbs

Dermot Mulroney (à esq.) e Augustus Prew eram os astros do drama médico Pure Genius

Pure Genius
O Globoplay se deu bem ao apostar na série médica The Good Doctor, e também faz sucesso ao estrear antes da Globo episódios de Sob Pressão. Mas a mais recente investida no gênero médico não é tão bem-sucedida assim: Pure Genius (2016-2017) foi exibida pela rede norte-americana CBS, mas fracassou na audiência e teve apenas 13 episódios em uma única temporada.

A história gira em torno de James Bell (Augustus Prew), um jovem bilionário que fez fortuna com tecnologia no Vale do Silício e decide usar seu dinheiro para retribuir à sociedade: ele forma uma sociedade com o cirurgião Walter Wallace (Dermot Mulroney) e abre um hospital ultramoderno, com tratamentos de última geração e com o que há de mais avançado na Medicina, sem nenhum custo para os pacientes.