Entretenimento cultural
Imagens: Divulgação/Nat Geo
Vencedora de Emmy, Julianna Margulies foi a protagonista de The Hot Zone, série mais vista do Nat Geo
JOÃO DA PAZ
Publicado em 1/8/2019 - 5h15
Com expertise da HBO, a National Geographic se reinventou ao investir na produção de séries roteirizadas. Uma das organizações científicas e educacionais mais antigas do mundo, fundada há 131 anos, ela passou a exibir ficção de alta qualidade em seu braço televisivo, o canal Nat Geo, em 2016. As atrações misturam ciência e cultura com entretenimento.
Cada vez mais canais sem tradição no gênero vêm fazendo séries para fincar seu lugar na chamada nova Era de Ouro da televisão americana. O Nat Geo também achou um espaço entre seus documentários de natureza, biográficos e científicos para atrações dignas de serem exibidas na HBO e na Netflix. O canal educativo seguiu a linha de outros intrusos no ninho, como MTV, A&E e Bravo.
Quem encabeçou os novos projetos foi Courteney Monroe, ex-executiva da HBO que entrou no departamento de marketing do Nat Geo em 2012. Seu know-how adquirido nos anos que passou dentro da maior referência no mundo das séries a fez crescer na empresa.
Quatro anos depois, ela assumiu o cargo de diretora-executiva do Nat Geo Global Networks. Em 2018, antes da fusão da Disney com a Fox, que colocou o Nat Geo no pacote, Courteney foi promovida a presidente do Global Networks e virou a segunda no organograma da joint venture National Geographic Partners. A executiva fica encarregada da programação, do desenvolvimento e da execução de novas séries.
Logo em 2016, o canal anunciou sua primeira série roteirizada: Genius. A cada ano, a atração conta a história de um gênio das artes. Para a primeira temporada, lançada um ano depois, o escolhido foi o físico alemão Albert Einstein (1879-1955).
O australiano Geoffrey Rush, uma das 24 pessoas com a tríplice coroa da atuação (vencedor de Oscar, Emmy e Tony), recebeu o papel de Einstein. Bem-acabada, Genius foi elogiadíssima e arrebatou dez indicações no Emmy de 2017.
Antes mesmo da estreia, a série foi renovada para um segundo ano, que acompanhou os passos do pintor Pablo Picasso (1881-1973), vivido por Antonio Banderas. O drama, exibido em 2018, concorreu a melhor minissérie no Oscar da TV. A terceira leva narrará a trajetória da cantora Aretha Franklin (1942-2018).
Geoffrey Rush como Albert Einstein e Antonio Banderas no papel de Pablo Picasso; gênios
Genius já é uma marca do Nat Geo, um exemplo de uma série premium que pode ser pedagógica. O canal se escora em livros para fazer seus dramas, que abordam temas como viagens ao espaço, combate a vírus e até desmatamento.
Com a premiada Julianna Margulies (Plantão Médico eThe Good Wife) como protagonista, a primorosa minissérie The Hot Zone foi lançada neste ano e acumulou recordes de audiência. A série mais vista do Nat Geo contou a história real de como a ciência agiu para conter o vírus do ebola, entre os anos 1980 e 1990.
Tanto sucesso fez o canal investir na minissérie, que agora é uma franquia com a proposta de mostrar, a cada temporada, como uma crise de saúde pública foi solucionada pela ciência, encontrando uma solução para evitar uma epidemia ou pânico na população. De acordo com o Deadline, a doença antraz, causada por uma bactéria que amedrontou os norte-americanos após os ataques terroristas de 11 de Setembro, está em discussão para ser o tema da segunda temporada.
No seminário da TCA (Associação dos Críticos de Televião dos EUA), em andamento desde a semana passada, o Nat Geo divulgou em seu painel várias novidades, como as primeiras imagens de Barkskins. O drama, ambientado nos anos 1600 na chamada Nova França, colônia do país europeu na América do Norte, vai abordar questões como desmatamento e nascimento de uma nova sociedade. David Thewlis (Harry Potter) e Marcia Gay Harden (Code Black) são os protagonistas.
Foi anunciada também uma série baseada no livro Guest of the Ayatollah, que descreve a crise diplomática entre os EUA e o Irã iniciada em 1979, quando 52 norte-americanos foram mantidos reféns no país asiático. Outra série que está em desenvolvimento é uma inspirada no filme Estrelas Além do Tempo, sucesso do cinema sobre uma equipe de mulheres negras que trabalhava na Nasa em 1961.
Também está em pré-produção a atração The Right Stuff, sobre o primeiro projeto da Nasa para levar homens ao espaço. O protagonismo será de Patrick J. Adams (o Mike de Suits), que viverá o astronauta John Glenn.
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