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NOVELÃO BEM BRASILEIRO

Com Dom, Prime Video estreia na produção nacional à frente da Netflix

Divulgação/Prime Video

Gabriel Leone está suado e tem expressão desespero em cena de Dom. Ele está cercado de atores caracterizados como bandidos e portando armas em uma sequência no baile funk

Gabriel Leone (ao centro) é o protagonista de Dom; série nacional mistura ação com drama familiar

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 4/6/2021 - 6h55

Há quase cinco anos, a Netflix estreou sua primeira produção nacional, a ficção científica 3% (2016-2020). Agora, é a vez de o Prime Video se aventurar nessa seara com Dom. A série criada por Breno Silveira (de 2 Filhos de Francisco) evita os passos da concorrente e investe em gêneros que o brasileiro conhece (e sabe fazer) bem: o novelão familiar e a ação policial. Com isso, apesar de largar bem atrás, o streaming da Amazon faz muito mais bonito do que a rival em sua investida inicial na ficção.

Dom conta a história de Pedro Dantas (Gabriel Leone), jovem de classe média que se vicia em cocaína e vira um dos criminosos mais temidos do Rio de Janeiro --ele usa seu jeito de menino rico, com cabelos loiros e olhos azuis, para entrar em condomínios de luxo sem levantar suspeitas e, na sequência, roubar tudo que encontra de valor nas residências.

A trama é inspirada na vida de Pedro Machado Lomba Neto, o Pedro Dom (1981-2005), que de fato chefiou uma quadrilha que aterrorizou a Cidade Maravilhosa nos anos 2000 --o bandido real teve final trágico: foi morto com um tiro de fuzil pela polícia durante um roubo a um prédio nobre.

Mas Breno Silveira não se prende à vida de crime ou às cenas de ação e perseguição policial --embora elas também estejam presentes. O diretor, que sempre busca um viés familiar para explorar suas tramas, prefere focar na difícil relação entre Pedro e seu pai, Victor (Flavio Tolezani).

O homem é um policial que fez carreira justamente no combate às drogas e à ascensão do tráfico no Rio de Janeiro. Vive então o dilema de ter dedicado sua vida a uma luta contra um inimigo que não consegue vencer nem dentro da própria casa.

A juventude de Victor também é explorada ao longo dos oito episódios da primeira temporada de Dom. São cenas que servem para acabar com o rótulo de homem perfeito e incorruptível do personagem, vivido por Filipe Bragança nos flashbacks. Também revelam que ele teve uma relação tão difícil com seu próprio pai (Roberto Birindelli) quanto a que tem com o filho.

Assim, Silveira tem material de sobra para construir uma narrativa bastante humana, que desconstrói seus heróis e vilões e mostra que bandidos têm qualidades e mocinhos são cheios de defeitos. Leone e Tolezani brilham em seus papéis, especialmente nas cenas em que seus personagens têm embates intensos, carregados de amor e de raiva ao mesmo tempo.

A vida de Pedro Dom, como explorada por Breno, poderia servir de material para uma boa novela da Globo. Por ter cenas pesadas de consumo de drogas e de sexo, seria uma trama das onze, como Verdades Secretas (2015) --que curiosamente também contava com Gabriel Leone e Flavio Tolezani no elenco.

Em tempos tão incertos, melhor se debruçar sobre uma obra que tem esse ar familiar do folhetim do que, por exemplo, em uma ficção científica pós-apocalíptica sobre um Brasil devastado e com a população lutando pela sobrevivência em meio a um governo opressor.

A primeira temporada de Dom já está disponível no Prime Video, plataforma de streaming da Amazon. Confira o trailer da produção:


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