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RU DECOLONIAL

Terror da ONU, RuPaul tira proveito de tensões geopolíticas em UK Vs The World

REPRODUÇÃO/BBC

Com uma fantasia branca de alienígena, a drag queen Jimbo, com uma maquiagem forte e borrada preta, abre uma pequena caixa de madeira no palco de RuPaul;s Drag Race UK Vs The World

Jimbo em Rupaul's Drag Race UK VS The World; drag queen representa o Canadá no reality show

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 4/2/2022 - 6h15

Uma das respostas mais aguardadas dos concursos de Miss Universo não vai sair da boca das participantes do mais recente spin-off de Drag Race --UK Vs The World. Afinal, a paz mundial não está nos planos de RuPaul Charles ao criar um ambiente de tensão geopolítica para, eventualmente, ganhar o primeiro Emmy Internacional com a sua versão queer da ONU (Organização das Nações Unidas).

A dinâmica da atração é bastante parecida com a versão All Stars exibida até agora somente pela franquia norte-americana. As participantes favoritas do público e que não ganharam a coroa em sua temporada original voltam para se redimir.

A principal diferença é que as artistas, dessa vez, foram selecionadas entre os países que têm uma versão própria de Drag Race. O programa conta com representantes do Canadá, dos Estados Unidos, da Tailândia, da Holanda e do Reino Unido. A Itália, derrotada em duas guerras mundiais, ficou de fora --assim como a Espanha.

O maior número de participantes ficou com os súditos da rainha Elizabeth 2ª, com três: Baga Chipz, Cheryl Hole e Blu Hydrangea. Elas vão fazer as honras da casa, já que a BBC foi escolhida como "sede" da disputa, em vez das americanas VH1 e Paramount+.

A emissora britânica, diga-se de passagem, não via tantas questões de política global desde que transmitiu os discursos de Winston Churchill (1874-1965) durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). E as provocações não ficam restritas apenas às identidades nacionais das participantes.

A drag queen tailandesa Pangina Heals

Pangina Heals: representa a Tailândia

Um reality decolonial?

Em seu sexto reality produzido por RuPaul, o que a fez ser comparada com Bil de Araújo, Jujubee fez questão de tirar sarro do nome da atração. A drag disse que o Reino Unido já estava contra o mundo há muito tempo, em uma alusão ao imperialismo britânico que floresceu especialmente no século 19.

"Jujubee colocou fim ao colonialismo em apenas uma frase", brincou um perfil identificado como Shane Reaction no Twitter. "Mal posso esperar por Espanha contra o mundo", disparou a drag boliviana Inti, em referência à expansão ibérica entre os séculos 15 e 16.

Mais do que isso, o comentário da artista latino-americana também foi uma alfinetada para a produção espanhola de Drag Race. Ela desistiu do reality na terceira semana por julgar que os jurados eram muito mais exigentes com ela do que com as companheiras europeias.

A drag queen norte-americana Monique Heart

A norte-americana Monique Heart

Ru Jong-Un

Além de explorar alianças entre drags do mesmo país no primeiro episódio, RuPaul também já mostrou que vai ser tão caótica para o microcosmo político do reality quanto a Coreia do Norte a nível global. As norte-americanas Monique Heart e Jujubee contaram até com algum favoritismo na estreia, mas não escaparam da edição, que as pintou como vilãs.

Monique, inclusive, já chegou colocando banca e afirmando que está pronta para eliminar todas as outras participantes. Ela levou respostas atravessadas da holandesa Janey Jacké e da canadense Jimbo, mas não desceu do salto com a certeza de que é uma das queridinhas dos fãs. E, de fato, é.

A norte-irlandesa Blu Hydrangea colocou lenha na fogueira ao reclamar que, no passado, se sentiu menosprezada pela norte-americana durante uma turnê dela no Reino Unido. Ela até pediu desculpas, mas não sem antes fazer mais uma piada com a rival.

Confira a repercussão internacional de Drag Race Vs The World:


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