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DRAG RACE

Paramount obriga RuPaul a engolir transfobia e aguentar provocação

REPRODUÇÃO/BBC

A drag queen RuPaul com um vestido rosa de babados e uma peruca loira e cacheada na frente de um background azul e rosa em RuPaul's Drag Race UK

RuPaul dá bronca em participantes de RuPaul's Drag Race UK; apresentador é cobrado por mais diversidade

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 5/6/2021 - 6h55

Não há dúvidas de que Drag Race é um fenômeno, nem de que RuPaul já varreu muito glitter para baixo do tapete em 13 temporadas regulares e mais seis edições All Stars. A franquia chega ao Paramount+ no próximo dia 24 e obriga o apresentador, que também é um dos produtores executivos do reality, a encarar os próprios erros --especialmente os episódios de transfobia que mancharam a atração.

O serviço de streaming passa a ser a nova casa da competição, que deixa a VH1 para trás com uma mudança substancial em seu elenco. A primeira edição na plataforma, que corresponde à sexta com participantes marcantes, conta com duas transexuais, Kylie Sonique Love e Jiggly Caliente, e mais três drag queens assumidamente não-binárias.

Os primeiros vídeos liberados nas redes sociais já deixam claro que elas chegam ao programa dispostas a colocar o dedo na ferida. Ao entrar no workroom [o espaço em que as drags se preparam para o desafio], elas tiram sarro justamente de frases transfóbicas que foram limadas das edições anteriores --mesmo sob os protestos do âncora.

Sonique solta, como quem não quer nada, um "girl, you got a female" [garota, você recebeu uma mulher, em inglês] em referência ao bordão que precedia as mensagens de RuPaul no início de cada episódio. Ele, no entanto, finalizava a frase com shemail --um trocadilho entre e-mail e shemale [travesti, em inglês].

O termo, no entanto, é considerado extremamente ofensivo e já havia sido questionado por competidoras como Carmen Carrera. Ele só foi substituído na sexta temporada, depois de um longo bate-boca em que a modelo transexual chamou o apresentador de "Hitler dos LGBTQ+" no Twitter.

REPRODUÇÃO/NETFLIX

Kylie Sonique Love no especial de Natal

Treta nos bastidores

RuPaul sempre foi abertamente contra a participação de transexuais e manteve a regra até a nona temporada, quando o show migrou para a VH1. Com bem menos poder no novo canal do que no desconhecido LogoTV, ele engoliu a seco a entrada de Peppermint ao elenco --sob a exigência de que ela só iniciasse seu processo de transição depois de sua participação.

Com o sucesso das edições All Stars, o público ainda estranhou que várias participantes que se assumiram trans depois da atração nunca mais foram chamadas. Gia Gunn, que também já discutiu com o comunicador nas redes sociais, só daria as caras na quarta temporada e, ainda assim, acusando a edição de transformá-la em uma vilã.

A drag Gottmik foi escalada para a 13ª temporada a fim de conter críticas, já que seu alter ego Kade Gottlieb é um homem trans. Ela chegou à final, mas ainda assim foi alvo de preconceito por parte de nomes que já passaram pelo programa --Nina Bonina Brown foi "cancelada" nas redes sociais por um comentário transfóbico contra a colega.


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