Zaquieu da primeira Pantanal, ator foi cantor, colunista e teve morte precoce

Antes de ser encarnado por Silvero Pereira na atual versão de Pantanal, o personagem Zaquieu --que se chamava Zaqueu na original-- foi interpretado por João Alberto Pinheiro (1960-1992) na edição da novela exibida pela extinta Manchete (1983-1999), em 1990. Além de ator, Pinheiro foi colunista social e cantor --foi sua carreira na música que o levou à TV. Ele morreu precocemente, aos 31 anos, cerca de um ano após sua participação em Pantanal.

João Alberto Pinheiro nasceu em Belém, no Pará, e lá atuou como colunista social na década de 1980. Mas sua principal ambição naquela época era ter uma carreira como cantor. 

Pinheiro gostava do ritmo da lambada e chegou a gravar um disco de vinil em 1988, chamado de Luar do Amor e lançado pela gravadora Continental. Após este trabalho, ele decidiu ir para o Rio de Janeiro, onde acreditou que teria mais oportunidades artísticas. 

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Na capital fluminense, conheceu Jayme Monjardim. O diretor gostou do jeito de Pinheiro, que contava histórias divertidas, e o convidou para atuar em Pantanal como o mordomo Zaqueu. 

O personagem na primeira versão da novela também era alvo de constantes deboches dos peões por conta do jeito afeminado. Ele até se declarou para Alcides (Ângelo Antônio em 1990), mas o matuto não correspondeu aos sentimentos.

Zaqueu ainda participou da morte de Tenório (vivido por Antonio Petrin na época). O peão homossexual apareceu com uma arma e ajudou Alcides a cercar o grileiro. Cheio de ódio, o capanga atirou uma lança no vilão, que caiu no rio sangrando e virou almoço para as piranhas.

Ao participar da novela, João Alberto Pinheiro de certa forma conseguiu o que queria quando foi para o Rio de Janeiro: ficar famoso nacionalmente. 

"Em seis dias, me tornei mais conhecido do que nos 12 meses em que estou no Rio, batalhando como cantor", contou, em entrevista à revista Amiga em 1990. 

Um ano após a novela, no entanto, o estado de saúde dele já não era bom. Pinheiro era HIV positivo, e naquela época ainda não havia todo o tratamento disponível atualmente para que portadores do vírus tenham melhor qualidade de vida. 

Em 8 de janeiro de 1992, ele passou mal e foi internado num hospital no Rio de Janeiro. Morreu no dia seguinte com insuficiência respiratória, sintoma de uma pneumonia aguda, agravada pelo HIV. Pantanal foi sua única novela na carreira.

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