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CRÍTICA

Toda errada, vilã patricinha é a salvação de Segundo Sol na reta final

Raquel Cunha/TV Globo

A atriz Giovanna Lancellotti rouba a cena em Segundo Sol; trama de coadjuvante ofusca protagonistas - Raquel Cunha/TV Globo

A atriz Giovanna Lancellotti rouba a cena em Segundo Sol; trama de coadjuvante ofusca protagonistas

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 9/10/2018 - 17h36

Não é de hoje que a trama de Luzia (Giovanna Antonelli) e Beto Falcão (Emilio Dantas) está esgotada em Segundo Sol. João Emanuel Carneiro até tenta lançar reviravoltas, mas a história do casal protagonista parece girar em círculos: Luzia age impulsivamente em busca do paradeiro do filho que teve com o cantor, mas acaba caindo nas tramoias de Laureta (Adriana Esteves) e é salva pelo amado no último instante.

Com soluções repetitivas e cansativas no núcleo principal, ganha destaque o drama da vilã Rochelle (Giovanna Lancellotti). Apesar de ser uma personagem coadjuvante, a blogueira é peça central no núcleo paralelo da família Athayde. Foi por meio de suas maldades e fofocas que Roberval (Fabricio Boliveira) conseguiu se vingar de Severo (Odilon Wagner) e abalar o clã inteiro. 

Famílias disfuncionais são uma constante nas tramas de João Emanuel Carneiro. Em Segundo Sol, o autor repete o recurso e tem em Rochelle a melhor representante desse enredo familiar torto.

Mimada, safa e voluntariosa, ela passou a novela inteira tentando tirar vantagem de tudo e de todos. Provocou a prisão do próprio avô, plantou drogas no quarto da irmã, humilhou o pai e tem uma relação para lá de conflituosa com a mãe.

Como personagem, Rochelle mostrou-se muito mais interessante do que sua antagonista direta, a mocinha jovem da trama, Manuela (Luisa Arraes). A vilania da blogueira permitiu que ela falasse poucas e boas, sem se preocupar com o politicamente correto.

Exatamente por isso, protagonizou um dos muitos deslizes de Segundo Sol, ao usar um discurso feminista para armar uma falsa acusação de estupro contra o tio Roberval. Em tempos em que as mulheres precisam a todo instante afirmar e reafirmar que a culpa de uma violência sexual não é da vítima e que não estão de mimimi, a sustentação da farsa na trama, ainda que por uma vilã, foi um desserviço.

Sem um pingo de boa índole, Rochelle descobriu-se, nos capítulos recentes, portadora da síndrome de Guillain-Barré, uma doença rara e autoimune. É a chance de redenção da vilã, que ficará cada vez mais dependente daqueles que um dia tripudiou, uma vez que perderá os movimentos dos braços e das pernas.

Giovanna Lancellotti vem se destacando nas cenas que carregam no drama, apesar de uma certa histeria _mais uma característica das novelas de João Emanuel Carneiro do que propriamente da interpretação da atriz. É preciso cuidado para não deixar as cenas de sofrimento da personagem resvalarem no melodrama barato e aqui, tanto Lancellotti quanto a direção, souberam imprimir o tom exato.

Para potencializar o drama, o autor se repete. Apesar de simbolicamente importante para reforçar o sofrimento de Rochelle, a cena em que ela se rebela contra a doença e despenca da cama do hospital já foi utilizada mais de uma vez em novelas.

O drama da vilã é uma das poucas cartas que ainda permitem um respiro original em Segundo Sol. A novela até teve um início promissor mas, pelo andar do trio elétrico, chega à reta final mais exaurida que folião da pipoca no Carnaval de Salvador. 


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