EM 2008
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Com Donatela (Claudia Raia) sob suspeita de ser a assassina, A Favorita não decolou na audiência
Sufocada pela baixa audiência em 2008, A Favorita precisou de uma manobra radical do autor, João Emanuel Carneiro, para reverter a crise no ibope e salvar o folhetim da rejeição do público. Em um reviravolta no capítulo 56, ele antecipou a revelação do principal segredo da novela da Globo e viu o número de telespectadores aumentar quando Flora (Patricia Pillar)afirmou ser a verdadeira assassina de Marcelo (Flavio Tolezani).
Antes disso, sem deixar claro na história qual das duas rivais, Donatela (Claudia Raia) e Flora), realmente havia matado o herdeiro dos Fontini, a trama não decolava. Em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, à época, João Emanuel Carneiro avaliou que sua estratégia com o início de A Favorita era fugir dos clichês.
A ousada estratégia do novelista, no entanto, fez com que A Favorita sofresse na audiência --patinou na casa dos 30 pontos de média, índice aquém da meta de audiência exigida para a faixa das 21h em 2008, que era de 40 pontos.
A ideia era deixar o público em dúvida. Até mesmo um pacto chegou a ser feito, entre o autor, o diretor Ricardo Waddington, e as atrizes Patricia Pillar e Claudia Raia, para que não vazasse quem era a verdadeira vilã da novela. Em uma entrevista à Globo, intérprete de Donatela contou que o objetivo era, desde o início, deixar as personagens dúbias.
A fase inicial sofreu principalmente com o sucesso de Os Mutantes na Record, que remanejou o horário da trama de Tiago Santiago para competir com a estreia de João Emanuel Carneiro no horário nobre.
Somente após três meses de exibição, com a transformação da angelical Flora, que deixou a cadeia alegando ser inocente e estava quase convencendo o público, em uma vilã sanguinária, a novela conseguiu ultrapassar a casa dos 40 pontos de ibope e se tornar um sucesso da emissora.
"Sei que as pessoas iam me xingar, mas prefiro correr o risco", disse o roteirista sobre o reviravolta, em entrevista ao jornal Extra, à época.
Geralmente explorada por autores como Gilberto Braga e Silvio de Abreu nas retas finais das novelas, a tática do "quem matou?", ainda que antecipada, salvou A Favorita, funcionando como uma poderosa arma para a história.
RAFAEL FRANÇA/TV GLOBO
A Favorita foi ao ar pela 1ª vez em 2008
A estratégia reorganizou os personagens e prendeu em cheio o telespectador. Para ter ideia, no capítulo da segunda-feira, 4 de agosto de 2008, quando o segredo veio à tona, a novela atingiu 45 pontos de média, o que abriu caminho para os 46 pontos do capítulo seguinte --quando, em ação como vilã, Flora matou a tiros Dante Salvatore (Walmor Chagas), como queima de arquivo para impedir a absolvição de Donatela.
Os animados números subiram a média semanal da novela para 41 pontos, número que até então não havia sido registrado pela trama.
No ar há pouco mais de um mês, no Vale a Pena Ver de Novo, A Favorita tem conseguido os mesmos índices semanais de audiência de O Clone (2001) no mesmo período reapresentação no Vale a Pena Ver de Novo, mas diferentemente de sua antecessora na faixa, tem visto a audiência cair ao longo das semanas.
O cenário mostra que a rejeição do público ao início da história também está de volta com a reprise. A trama, que acumula 15,4 pontos de média nos primeiros 26 capítulos exibidos até a tarde da última segunda-feira (20), marcou a pior audiência de estreia da atração de reprises da Globo dos últimos três anos .
Exibida originalmente entre 2008 e 2009, a trama está sendo reprisada pela primeira vez na Globo após 14 anos e já se encontra disponível, na íntegra, no Globoplay.
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