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Babaioff acertou

Prepotente, conservador e surtado, Diogo é o vilão perfeito do Brasil de 2020

Reprodução/Globo

O ator Armando Babaioff em cena como o personagem Diogo em Bom Sucesso

Diogo Cabral (Armando Babaioff) causou demais em Bom Sucesso e disse os maiores absurdos

FERNANDA LOPES

Publicado em 22/1/2020 - 5h43

Diogo (Armando Babaioff), de Bom Sucesso, não é um vilão simplório de novela, daqueles que só pensam em conquistar alguém ou roubar muito dinheiro. Claro, a diversidade de crimes horrendos que ele cometeu já mostra que é bem surtado. Mas Diogo funcionou na trama por ser complexo, por levantar assuntos bastante atuais na sociedade e também porque, além de toda a sua crueldade, ele consegue fazer o público rir.

Diogo começou a novela das sete como um cara soturno, um advogado odiado por sua própria família. Só Nana (Fabiula Nascimento) caía no papo do pilantra e o defendia, por sentir que o então marido lhe porporcionava uma vida conjugal segura.

Porém, a própria executiva foi a primeira vítima do crápula. Nos primeiros meses da trama, os personagens viveram uma situação muito divulgada atualmente: relacionamento abusivo. O vilão era muito sutil em sua forma de manipular a mulher e fazer com que ela ficasse ao seu lado, mesmo se sentindo mal com isso.

O mau-caráter praticou com Nana um crime que ainda é pouco conhecido, que começou a ter repercussão nos últimos anos: estupro marital. Ele confessou que embebedou a ex-mulher para fazer sexo com ela à força.

Sem máscara

Depois de ter a questão de sua infertilidade descoberta pela família Prado Monteiro, o advogado se afastou do convívio deles e retornou semanas depois, riquíssimo. É claro que ele não conquistou sua fortuna por mérito: o vilão praticou estelionato, um crime de colarinho branco bastante conhecido no Brasil (bem a cara dele).

O que se seguiu foi a liberação verbal do crápula. Se antes ele mantinha uma máscara na frente dos familiares, escondendo sua verdadeira personalidade, depois de tomar conta da editora, ele revelou todo seu ódio, seu desdém e sua capacidade de humilhação.

É como se Diogo fosse um grande hater de redes sociais, mas falando tudo que tinha vontade cara a cara. Xingar Nana de "vaca", dizer que ela não prestava nem para a cama e humilhar Alberto (Antonio Fagundes) por ele ser idoso foram atitudes que ele tomou e não sentiu um pingo de remorso.

Personagem contra a cultura

Os autores de Bom Sucesso aproveitaram para representar no personagem de Armando Babaioff a figura de um homem conservador, que era contra inovação e representatividade na cultura. Era contra a própria cultura, aliás.

Numa cena, ele disse a Alberto que iria cortar todos o investimento da Prado Monteiro em livros com temática LGBTQ+. Isso foi ao ar pouco tempo depois da polêmica na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, em que o prefeito Marcelo Crivella mandou funcionários confiscarem uma obra com imagem de um casal gay se beijando.

Já no capítulo em que provocou o incêndio na editora, o malvado fez pouco caso dos livros, dizendo que não havia lido nenhum. O autor Paulo Halm deu a entender, no Twitter, que algumas falas de Diogo fazem referência a declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro.

"Só lamento não termos colocado na boca do Diogo a baboseira [dita pelo presidente] sobre livros com menos textos... Mas até o final da novela teremos outras [críticas] estocadas. Avante!", declarou o novelista, ácido e cirúrgico.

reprodução/globo

Diogo (Armando Babaioff) fez sucesso nas redes sociais ao aparecer de cueca vermelha


Sexy e engraçado

Mesmo com sua coleção de atrocidades, Diogo não é daqueles vilões que provocam total repulsa no público. O ator Armando Babaioff teve sua grande chance com o personagem, muito mais interessante do que seus papéis anteriores na Globo, e mandou bem. Seu malvado passa totalmente dos limites, surta, mas faz tudo isso de cuecas vermelhas.

As roupas íntimas dele foram muito comentadas nas redes sociais, assim como a elegância do mau-caráter. Ternos sempre impecáveis e sapatos chiquérrimos fizeram parte da indumentária.

Além disso, é preciso admitir que, mesmo quando dizia e fazia coisas horríveis, Diogo muitas vezes foi divertidíssimo. Enquanto jogava gasolina para incendiar a editora, por exemplo, ele dançava e cantava: "Meu coração amanheceu pegando fogo". É difícil não odiar, mas impossível não rir.


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