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BALANÇO FINAL

Pouquíssimos acertos: Como três tramas salvaram Travessia do fracasso completo

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Oto (Romulo Estrela) olha para Brisa (Lucy Alves) em cena da novela Travessia gravada na praia

Oto (Romulo Estrela) e Brisa (Lucy Alves) em cena de Travessia: casal teve torcida na web

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 5/5/2023 - 6h20

Travessia chega ao fim nesta sexta (5) sem deixar saudade no público. Autora de sucessos como O Clone (2001), Caminho das Índias (2009) e A Força do Querer (2017), Gloria Perez perdeu a mão e acabou entregando uma história confusa e arrastada na faixa das nove da Globo.

O folhetim já começou com a difícil missão de substituir Pantanal (2022), que havia levantado o ibope no horário nobre e repercutido muito bem nas redes sociais. Mas, logo nas primeiras semanas, Travessia derrubou os números.

No quesito audiência, inclusive, a saga de Brisa (Lucy Alves) caminha para sustentar o título de segunda novela menos vista da história do principal horário da televisão, atrás apenas de Um Lugar ao Sol (2021). 

Com o recorde de 28,4 pontos na Grande São Paulo, a trama luta ainda para alcançar a média de Babilônia (2015) e não virar um vexame histórico --a tarefa, porém, é praticamente impossível, e Gloria Perez já pode se conformar com a vice-lanterninha histórica da faixa.

O impressão que fica é de que a novelista jogou no lixo todas as chances que teve de recuperar as rédeas da história. Triste fim do folhetim, e uma pena para os atores que tiveram seus talentos desperdiçados nesses sete meses.

O Notícias da TV faz um singelo balanço dos erros e acertos de Travessia:

Três acertos

Danielle Olímpia com expressão de choro

Danielle Olímpia como Karina na novela

Trama de pedofilia

Intérprete de Karina, Danielle Olímpia surpreendeu positivamente e sustentou o enredo pesado com o pedófilo vivido por Claudio Tovar. As cenas com o enorme sofrimento da estudante após ser vítima de estupro virtual conseguiram comover o público --algo bem raro durante os sete meses de exibição da novela.

A sequência em que Helô (Giovanna Antonelli) entendeu o que havia acontecido com a garota repercutiu nas redes e chegou aos assuntos mais comentados do Twitter --outro feito raro. Apesar dos tropeços, Gloria Perez fez bem em recorrer ao abuso virtual para levantar a reta final do folhetim.

Casal Brisoto

O romance de Brisa e Oto (Romulo Estrela) também conseguiu engajar uma parte dos internautas. O shipp --como são chamadas as torcidas por casais famosos-- conquistou os fãs graças à química alcançada pelos atores nas cenas mais quentes.

Mas a autora pecou em deixar a maranhense separada do hacker durante tanto tempo. Os dois brigaram por besteira em vez de resolver com algumas conversas as divergências sobre expor o hackeamento das licitações dos casarões de São Luís para ajudar Brisa no processo de guarda do filho.

O rapaz, então, acabou num namorico sem futuro com Bia (Clara Buarque). O noivado com a estudante de Biologia não passou de uma enrolação até que o protagonista voltasse para os braços de seu verdadeiro amor. Brisoto terminará a história feliz, subindo ao altar e com uma filha.

Volta de Helô, Stenio e Creusa

Resgatados de Salve Jorge (2012), Helô e Stenio (Alexandre Nero) mantiveram a relação de gato e rato em Travessia e conseguiram reconquistar os fãs que tanto torceram para eles na novela anterior. Mesmo divorciados, os dois pegavam fogo e exalavam química quando tinham recaídas. Já Creusa (Luci Pereira) serviu como alívio cômico com seu bordão "credo, Donelô".

Só que, em muitos momentos, os personagens pareceram jogados num amontoado de tramas aleatórias. Tanto que os fãs do casal várias vezes reclamaram de Gloria Perez. A delegada até foi importante para compor os enredos de crimes virtuais, como pedofilia e deepfake, além de perseguir uma máfia, mas qualquer outro poderia ter exercido tal papel.

A nostalgia foi realmente a única justificativa para trazer de volta os personagens. Houve ainda um deslize: a autora simplesmente apagou a filha do casal, que foi vivida em 2012 por Mariana Rios --agora apresentadora de reality show na Record. Eles em nenhum momento citaram o nome de Drika nem comentaram sobre a existência de um neto. Custava ter pelo menos inventado que a filha morava em outro país?

Três erros

Jade Picon com expressão séria

Jade Picon em cena como Chiara

Aposta arriscada

Travessia evidenciou a falta que Malhação (1995-2020) faz para formar talentos na emissora e dar a oportunidade de iniciantes crescerem sem serem tão bombardeados pelas críticas. Afinal, todo mundo sabia que o drama teen servia justamente para aperfeiçoar as atuações antes de os atores alçarem voos nas novelas das seis, sete e nove.

Desde que foi anunciada no elenco de Travessia, Jade Picon foi detonada por não ser atriz e conseguir, de cara, um papel de destaque no horário nobre. A ex-BBB precisou até obter uma autorização especial do Sated-RJ (Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro) para poder atuar.

Após um início sem naturalidade e a enxurrada de críticas e memes, Jade foi colocada à prova com a virada de Chiara. Grávida e sofrendo com o golpe de Ari (Chay Suede), a patricinha até evoluiu na história e melhorou aos poucos. Mas ainda há um longo caminho a se percorrer caso a influenciadora queira realmente investir na carreira de atriz.

Novela sem pé nem cabeça

A divulgação da novela foi focada praticamente toda no deepfake que mudaria a vida de Brisa. Mas, depois da cena do linchamento em praça pública, essa trama ficou esquecida durante meses. Somente há algumas semanas voltou a ser abordada, quando Rudá (Guilherme Cabral) assumiu a autoria da montagem e livrou a protagonista de ser acusada de sequestro de crianças.

A maior parte do folhetim acabou girando em torno da briga exaustiva pela guarda de Tonho (Vicente Alvite). As reviravoltas também se concentraram nos exames de DNA, que chegaram a apontar que Brisa não era mãe do menino.

Gloria até fez um mistério sobre um tal parente de sangue da maranhense que apareceria para resolver a vida dela. Mas, para quem imaginou que a mocinha fosse filha de Guerra (Humberto Martins), a solução foi decepcionante. Tudo foi explicado pelo quimerismo de Brisa, que carrega o material genético de um irmão gêmeo que não se desenvolveu.

Falta de um grande vilão

Há uma fórmula normalmente usada para que uma novela alcance o êxito: o embate do mocinho com o vilão. Travessia cometeu o erro de não recorrer a um mau-caráter desprezível ou alguém que o público amasse odiar --como ocorre, por exemplo, com Vanessa (Letícia Colin) em Todas as Flores.

Moretti (Rodrigo Lombarti) foi apresentado como antagonista, mas a rivalidade dele com Guerra não foi suficiente. Ele não foi bem-sucedido como vilão nem quando tentou explodir o inimigo --momento que a autora, inclusive, desperdiçou a chance de usar um "quem matou" para levantar a trama. O empresário caiu ainda num lenga-lenga cansativo das vinganças de Guida (Alessandra Negrini).

Ari também percorreu um caminho que poderia ter o transformado em um grande vilão. Mas nem mesmo a boa atuação de Chay Suede deu conta de virar o jogo, e o golpe do maranhense pouco empolgou o público.

Gloria também tentou emplacar os mafiosos Pilar (Claudia Mauro) e Montez (José Rubens Chachá), mas a trama era fraca demais. Afinal, a máfia foi um improviso da autora para explicar a ausência forçada de Alexandre Nero durante alguns capítulos. A busca dos criminosos pelo tal cofre girou em círculos e só serviu para colocar cenas de tiro e perseguição com Helô.


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Quarta, 3/5 (Capítulo 177)
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