Pitoco de Renascer deixa a favela para brilhar na Globo: 'Lugar de muita violência'

Se a vida imita a arte, a trajetória de Juan Queiroz é marcada por algumas coincidências na sua estreia em novelas. Assim como Pitoco em Renascer, o ator da novela das nove da Globo também cresceu no meio de muita violência e, graças aos seus pais e às artes, escapou da vida bandida.

Nascido e criado na comunidade de Cabana do Pai Tomás, uma das favelas mais perigosas de Belo Horizonte (MG), o ator de 24 anos começou a fazer teatro aos 10 e usou de sua vivência por lá para construir Pitoco, um adolescente que vivia nas ruas do Rio de Janeiro.

"Vivi em um lugar de muita violência. A realidade do Pitoco não é distante de mim. Eu nasci e passei grande parte da minha vida num contexto muito violento e em uma situação de vulnerabilidade muito grande. Quando eu nasci, graças a Deus, as coisas na minha família começaram a se organizar um pouco mais", contou o ator em entrevista com o Notícias da TV.

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"Meus pais se estabeleceram, se estabilizaram um pouco mais, e saímos de lá. Mas sempre tive ao meu entorno pessoas muito vulnerabilizadas mesmo", completou Queiroz na conversa.

Em Renascer, Pitoco deixou a bandidagem nas ruas do Rio de Janeiro para ir atrás de Teca (Lívia Silva) e acabou encontrando na Bahia tudo que nunca teve: amor, carinho e um trabalho digno nas terras de João Pedro (Juan Paiva). Apesar de não ter vivido exatamente os mesmos dramas, o ator assegura ter criado identificação com a vida do personagem.

"O Pitoco tem um potencial empático muito forte. Eu sinto isso desde que eu peguei o primeiro texto dele, no teste mesmo. Acho que é um personagem com quem as pessoas podem se conectar muito facilmente, porque é um garoto que está em situação vulnerável e que não se permitiu brutalizar pelas coisas que estão acontecendo com ele. Eu acho que ele é muito bonito, singelo, simpático e aberto às experiências", exemplificou.

O papel, que começou pequeno, ganhou destaque na trama e ficou na história; ao contrário de Du (José Duboc) e Neno (Gabriel Lima), que deixaram a Bahia rumo ao desconhecido. O ator se emocionou ao falar sobre a repercussão positiva de seu trabalho e o esforço de toda a sua família para que ele, enfim, chegasse ao horário nobre da Globo.

"Eu não seria um décimo do que eu sou se não fosse a estrutura que eu tenho, os pais e os irmãos que eu tenho. Então, tudo o que eu consigo, que eu conquisto, obrigatoriamente, tem que ir pra eles. O meu pai chegou a trabalhar em três trampos para conseguir desembolar as coisas, sabe? E a minha mãe sempre ali, dando suporte, sendo alicerce de qualquer coisa que eu precisasse", disse ele, segurando as lágrimas.

Queiroz, aliás, sabe exatamente o que quer para os pais e seus três irmãos. "Pra eles, o máximo é pouco. Quero dar retorno. Eu quero que eles viajem o mundo. Eu quero que eles conheçam a África, a Europa, quero que vivam plenamente uma vida que por muito tempo foi negada a eles."

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Bruno Luperi é responsável pela adaptação da saga rural que ficará no ar até 7 de setembro. Mania de Você, de autoria de João Emanuel Carneiro, entrará no lugar do remake.

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