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HÁBIL EM SEDUZIR

Para Maria Padilha, Dinorá honra legado de Josefa em O Cravo e a Rosa: 'Cortesã'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Maria Padilha tem os cabelos na altura do queixo, cobertos com um chapéu cinza, e olha para o lado em cena de O Cravo e a Rosa

Dinorá (Maria Padilha) sustenta a família às custas de seu poder de sedução na reprise da Globo

SABRINA CASTRO

sabrina@noticiasdatv.com

Publicado em 10/3/2022 - 6h25

Maria Padilha não defende Dinorá (Maria Padilha), sua personagem em O Cravo e a Rosa. Falsa e mentirosa com Cornélio (Ney Latorraca), a mulher usa seu poder de sedução para fazer o marido bancar as mordomias dela. Por isso, a dondoca honra o legado da mãe, Josefa (Eva Todor) que era uma "mulher da vida". "Ela vive da aparência. É quase uma cortesã", declara a artista, que atualmente está com 61 anos.

A obsessão de Dinorá pela beleza é representada pela quantidade de cenas em que a dondoca passa diante do espelho. Sua vaidade ainda a influencia a pular a cerca. Para a atriz, porém, isso aconteceria de uma forma ou de outra. Estava predestinado --vide o nome dele: Cornélio.

Só um personagem com esse nome para perdoar todas as tramoias da mau-caráter. Além de ter um caso com Celso (Murilo Rosa), a dondoca se aliará a Marcela (Drica Moraes) e Serafim (João Vitti) para ferrar a vida de Petruchio (Eduardo Moscovis), por quem ela nutre uma antipatia gratuita. 

A mimada também ajudará Heitor (Rodrigo Faro) a dar o golpe do baú em Bianca (Leandra Leal). A esta altura da trama, ela já contratou um médico para dar um falso diagnóstico à mocinha. 

Trambiqueira nata

Mais do que o caso extraconjugal, são essas armações que deixam a personagem "feia" para Maria Padilha. "Acho que não valeria a pena me relacionar com uma pessoa tão falsa quanto a Dinorá", declara a intérprete.

Em outros casos, porém, a traição de Dinorá é vista pela artista como "percalço", algo que pode ser conversado e resolvido. "Acho que não existe essa coisa de perdão. Você pode entender a situação e fazer o casamento ou namoro vingar a partir daquilo", afirma.

Ainda assim, ela aprova o "final trambiqueiro" de Dinorá. No último capítulo, ela trocará uma piscada suspeita com o amante --mesmo depois de prometer "andar nos trilhos" ao marido. Na visão da artista, a personagem voltará para Cornélio porque o ama, mas também gosta do dinheiro dele. 

A piscadinha é para mostrar que ela continuaria sendo Dinorá. Ela não ia se transformar em uma boa e recatada mulher. Foi uma maneira de não trair a essência da personagem, nem dela, nem do Celso, porque ele também fez um jogo duplo com a Candoca [Miriam Freeland].

Machismo nos julgamentos

Mesmo que admita que a personagem tem uma conduta questionável, Maria vê machismo na maneira como a personagem é julgada pelo público. Vale lembrar que, na mesma novela, Batista mantém uma segunda família escondida há dez anos. Inclusive, o banqueiro sacrifica os estudos dos filhos para manter sua farsa.

Rico, ele poderia bancar os melhores colégios para Fátima (Thais Müller) e Jorginho (João Cappelli), mas prefere deixá-los com baixa instrução. Ainda assim, o personagem com vida dupla é pouco reprovado pelo público.

"Ele era danado, né? Mas era um homem da época dele [a novela se passa na década de 1920]. Talvez, isso aconteça até hoje, mesmo que pouco", declara a atriz. Nem Celso, que tinha um caso com Dinorá enquanto namorava com Candoca, recebe críticas. Hipócrita, ele ainda surtará quando descobrir que a namorada não é mais virgem.

Dinorá (Maria Padilha) e Cornélio (Ney Latorraca) em O Cravo e a Rosa

Cornélio e Dinorá em O Cravo e a Rosa

Celso, aliás, não sofrerá nenhuma punição pela traição na novela. Já Dinorá passará uma boa quantidade de capítulos comendo o "pão que o diabo amassou". Ela morará na pensão de Dalva (Bia Nunnes) e trabalhará como camareira em um hotel. 

"Na nossa sociedade, ainda tem resquícios que o homem nem trai, porque já é combinado que ele vai trair. Para haver uma traição, tem que ser da mulher", dispara a atriz. 

Apesar disso, ela recebe muito carinho do público. Sempre que faz alguma postagem nas redes, ganha comentários como "cadê o Cornélio?" e "cadê o Celso?". Os apelidos que os homens lhe deram --"manga rosa" e "divina"-- também estão sempre presentes nas mensagens deixadas pelos seus seguidores.

Mesmo antes de reprisarem, os fãs falavam. Mas eles também mencionavam outras novelas, outros personagens queridos. Agora, está uma loucura. Nas redes e na rua também. Parece que a novela está no horário nobre.

Da época das gravações, Maria Padilha guarda boas recordações dos colegas de elenco. Ney Latorraca era um velho conhecido. Todos os dias, ela dava carona ao ator para irem ao trabalho. Mas a artista também conheceu novos colegas a partir da trama, como é o caso de Rodrigo Faro. 

A boa relação entre o elenco é creditada como um dos "segredos" para o sucesso da novela. Ninguém imaginava que se tornaria uma produção tão querida pelo público. A obra também foi importante para a carreira da atriz. 

"Fazer esse tipo de comédia, que não é muito pastelão, não é muito rasgada, mas contida, de situações, de falas, foi muito rico. Aprendi muito, e o retorno foi muito bom", ressalta.

Agora, ela atuará na peça Um Jardim para Tchecov, que rodará em Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Brasília (GO) e Belo Horizonte (MG). A artista ainda admite que está sendo sondada por algumas plataformas de streaming, mas não revela quais projetos que poderá vir a fazer.

Escrita por Walcyr Carrasco e dirigida por Walter Avancini, O Cravo e a Rosa foi ao ar pela primeira vez em 2000. O folhetim bateu recorde em sua última reapresentação no canal Viva.


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