Mocinha de Nos Tempos do Imperador esfrega passado machista na cara do Brasil

Gabriela Medvedovski vai colocar o dedo na ferida ao investigar as raízes do machismo no Brasil como a mocinha Pilar de Nos Tempos do Imperador, novela inédita das seis da Globo que estreia no próximo dia 9. A jovem questionará as convenções sobre o papel da mulher na sociedade para realizar um sonho então impossível --se tornar a primeira médica do país.

"Fico pensando que, se hoje em dia já é difícil a gente ser mulher dentro da nossa realidade, imagina para a Pilar no século 19? A vejo como uma heroína. Ela tem uma personalidade corajosa e o fato de ter sido criada em um convento lhe deu acesso aos livros para ter outros horizontes", explica a intérprete em um comunicado enviado pela emissora à imprensa nesta terça-feira (13).

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A moça enfrentará a resistência do pai, Eudoro (José Dumont), fazendeiro e coronel no interior da Bahia, para liberá-la de um compromisso com o vilão Tonico (Alexandre Nero). Ainda na infância, ela foi prometida em casamento ao político em um acordo entre as famílias para aumentar o número de terras e somar forças.

"Em uma sociedade que te impõe limites, a Pilar vai atrás de outros sonhos, e isso é muito empoderador", define Gabriela, que assume sua segunda protagonista depois da Keyla em Malhação: Viva a Diferença (2017).

O folhetim de Alessandro Marson e Thereza Falcão ainda mostrará a sororidade entre Pilar e a irmã Dolores (Daphne Bozaski), que será uma das peças fundamentais para que a jovem fuja de casa e ingresse em uma faculdade de Medicina.

Racismo desvelado

Pilar também desafiará os padrões ao se apaixonar por Jorge (Michel Gomes). O jovem negro é filho bastardo do coronel Ambrósio (Roberto Bomfim), que o fez de escravo e com quem se envolverá em uma discussão que terminará em uma tragédia. Ele precisará fugir para o Rio de Janeiro ao ser acusado de um crime que não cometeu.

O rapaz cruzará justamente o caminho da personagem de Gabriela Medvedovski, que usará os conhecimentos em primeiros socorros para salvá-lo de um tiro certeiro de Tonico. "Ele é um homem batalhador, trabalhador, alguém que está lutando pelo simples direito de igualdade e que acredita no amanhã, em um futuro melhor", pontua Gomes.

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