Marido indeciso de A Força do Querer, ator leva puxão de orelha: 'Banana'

O público alugou as orelhas de Dan Stulbach para reclamar do comportamento de Eugênio na primeira exibição de A Força do Querer (2017). Inseguro e cheio de dúvidas, o marido de Joyce (Maria Fernanda Cândido) ganhou a pecha de "palerma" pela sua passividade diante do turbilhão de acontecimentos que movimentava seu núcleo na novela das nove.

"Eu levava umas broncas nas ruas, porque as pessoas achavam mesmo que eu era aquele cara. Elas me dava dicas, avisavam que a Irene [Débora Falabella] estava me enganando, me chamavam de 'banana'. Ainda tinha quem mandava recado para os outros personagens", entrega o ator em entrevista ao Notícias da TV.

Desde o primeiro capítulo, o pai de Ruy (Fiuk) já vivia um dilema ao abandonar um cargo importante na empresa da família para abrir um escritório de advocacia --o seu sonho de juventude. Com o casamento em crise, ele teimava em continuar com a personagem de Maria Fernanda Cândido ao mesmo tempo em que vivia para cima e para baixo com a amante.

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O irmão de Eurico (Humberto Martins), entretanto, testou mesmo a paciência do público pela postura complacente diante da transexualidade do filho Ivan (Carol Duarte).

"O engraçado é que muitos pais me confessaram que se sentiam exatamente como o Eugênio, porque eles amavam seus filhos, mas não tinham uma opinião formada sobre o que estava acontecendo. A gente foi caminhando juntos durante a novela, formando uma linha de raciocínio", justifica o artista.

Cara a cara

Stulbach avalia que a novela de Gloria Perez lhe rendeu um dos papéis de maior de destaque em sua carreira e que excedeu suas expectativas. "Todo ator tem um ranking em sua cabeça e, com certeza, quem fez A Força do Querer vai colocar seu personagem entre os três ou cinco mais bonitos de sua trajetória", gaba-se o paulistano.

O folhetim, inclusive, proporcionou ao intérprete também a chance de exercer sua verve de apresentador. Ele reuniu as entrevistas que fez durante a preparação, com famílias de transexuais, nos seis episódios da série documental Transversal --disponível na íntegra no YouTube.

Ele acredita que, mesmo com a atual onda de conservadorismo, a reprise da Globo lembrará as pessoas que avançamos --e muito-- sobre questões de gênero. "A ignorância do saber não existe mais, e sim a da rejeição e do incômodo em não aceitar o outro. A reação não será mais violenta do que antes, eles apenas se tornaram mais barulhentos" arremata Stulbach.

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