Mais magro e musculoso, Caco Ciocler revela sacrifício para fazer Segundo Sol

Caco Ciocler perdeu cinco quilos e ganhou músculos em dois meses, período em que fez muitos sacrifícios: "Zero carboidrato, nada de doces e bebidas [alcoólicas]", conta o ator. Emagrecer não era uma questão de vaidade, mas uma necessidade. Foi um pedido do diretor artístico Dennis Carvalho antes de começarem as gravações de Segundo Sol.

A transformação do ator de 46 anos agradou. A repercussão é grande nas redes sociais, assim como o assédio de mulheres e homens. Para Ciocler, que se diz um "tio" novato no Twitter (ele abriu sua conta no último dia 7), tudo é assustadoramente louco. "Mas isso é um holograma. Se eu acreditar nisso, estou perdido."

"Antes, as pessoas estavam me achando um pouco largado, até porque eu vinha de um personagem em Novo Mundo, que precisava parecer mais velho do que eu, e sempre quis ser mais velho do que sou. A Luisa [Micheletti, namorada] sempre me falava para mudar isso, mas foi o pedido do Dennis que me fez mudar", conta.

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Caco Ciocler na academia com seu personal trainer, Fabio Zargalio (Reprodução/Instagram) 

Ele afirma que sua autoestima melhorou e que teve prazer ao se ver pelado diante do espelho nesse processo de emagrecimento. Declara que o que mais lhe envaidece é atingir o seu objetivo como ator, se transformar por um personagem.

Ciocler confidencia que sente saudade de ser um "barbudo gordinho" e que seu sonho era que o diretor falasse que ele podia relaxar na segunda fase da trama, já que 18 anos se passaram e Edgar está mais velho, agora é um coroa.

Só que Dennis Carvalho pediu para ele se manter em forma. Caco já come um pedaço de pizza ou toma uma taça de vinho de vez em quando, e também conta que diminuiu a quantidade de treinos. Agora, faz musculação três vezes por semana.

"Emagreci muito. Na balança não foram tantos quilos, foram uns cinco ou seis, mas eu ganhei muito músculo. Transformei gordura em músculo, e muito rápido. Comecei até a ficar incomodado com isso, porque só falavam disso. Eu tenho uma carreira de 30 anos, pensei: 'Não é possível que agora a sunga, a barriga, a cueca, vão ser maiores do que a carreira'. Mas a dimensão já mudou graças ao João [Emanuel Carneiro, autor da novela], por causa dessas cenas mais fortes que foram ao ar."

Ele se refere à queda da família Athayde, envolvida em um escândalo de corrupção, que teve até vazamento de vídeo de sexo com prostitutas, e acusada pela morte de Lourival (Jackson Costa) no acidente no prédio que corre o risco de desabar.

Banana de bom coração
Ciocler diz que o papel em Segundo Sol é um dos mais difíceis que já fez porque Edgar é um homem contraditório. Ele é um banana que, apesar de ser massacrado pelo pai, Severo (Odilon Wagner), tem confiança no seu taco, principalmente quando o assunto é mulher. 

"Tem uma repetição de padrão, o pai gostava da mulher, mas teve um caso com a empregada. O Edgar é filho da empregada, mas não sabe disso ainda. Quando definiram para mim o personagem, disseram: 'Ele tem uma alma boa, mas só faz besteira'. É um personagem que vai errar muito e espero que aprenda muito também. Ele está começando a querer não ser tão submisso", comenta.

Antes da transformação, ator fez o doutor Peter da novela Novo Mundo (Maurício Fidalgo/TV Globo)

Edgar se separará de Karen (Maria Luisa Mendonça) e vai pedir Cacau (Fabiula Nascimento) em namoro. Com isso, os irmãos voltarão a competir pelo amor da cozinheira, que acabará traindo Roberval (Fabricio Boliveira) às vésperas de seu casamento com o empresário. O milionário vingativo descobrirá isso e humilhará a noiva no altar.

"Fico imaginando esse cara que cresceu nessa casa, vendo o amigo de infância ter tudo o que ele não tinha, para depois descobrir que ele teria direito a tudo aquilo e, por uma questão de cor, não teve acesso a nada. A porradaria entre os dois não é por causa de uma mulher. São 500 anos de história naquele soco que o Roberval deu no Edgar", diz Ciocler.

Na primeira fase, o personagem de Fabricio Boliveira agrediu o irmão. A cena pode voltar a se repetir na novela das nove. Para Ciocler, esse conflito promove as reflexões propostas pela trama, e seu visual tem de ficar em segundo plano.

"Eles são vítimas de uma criação oligárquica, como acontece com muita gente no Brasil. É uma relação repleta de idas e vindas, com muitas reviravoltas", adianta.