REPRESENTATIVIDADE
REPRODUÇÃO/RECORD
Kamesha (Kizi Vaz) em Gênesis; novela bíblica traz atores negros espalhados pela corte do faraó
As perucas e o ouro que cobrem Kamesha da cabeça aos pés ajudaram Kizi Vaz a "enegrecer" a corte de Sheshi (Fernando Pavão) em Gênesis. A atriz brinca que a coroa de rainha não só lhe caiu bem como a empoderou para mostrar um Egito diferente do que o telespectador está acostumado a ver na TV --e bem menos branco do que nas produções anteriores da Record.
"Descobri o talento para ser uma rainha preta no poder. Eu amei a caracterização e, de fato, traz uma força para a personagem. Eu e todos os atores pretos ficamos muito felizes com a representatividade dentro da trama. Temos que ter em mente que os pretos são grande parte deste país e da História como um todo", pontua a artista ao Notícias da TV.
Apesar de derrapar em outras questões históricas, a novela corrige imprecisões de outras séries e folhetins bíblicos como Os Dez Mandamentos (2015), em que Maria Ceiça era a única atriz negra em destaque na corte de Seti (Zécarlos Machado).
Desta vez, os negros são a maioria pelo palácio, como o general Potifar (Val Perré) e sua mulher Neferíades (Dandara Albuquerque), além do sacerdote Pentephres (Nando Cunha) e Amanishakheto (Isabel Fillardis), a rainha da Núbia --para onde Kamesha foi exilada por Sheshi sob a falsa acusação de alta traição.
Eu me senti representada por todos esses atores, além de muitos outros. Sempre conversei com o Nando, que se tornou um grande amigo, sobre a força que temos dentro da novela. Nos colocaram muito tempo de lado, agora estamos chegando com força total e nos unindo cada vez mais. Ninguém vai nos parar, seja na arte ou em qualquer área profissional.
REPRODUÇÃO/iNSTAGRAM
Kamesha (Kizi Vaz) em Gênesis
O folhetim finalmente vai revelar nesta quinta (23) que Kamesha é inocente, mas Kizi confessa que já tinha recebido o nome do verdadeiro traidor de antemão. "Eu li praticamente o roteiro inteiro antes de começar a gravar. Então, eu já sabia de tudo, nem deu para bancar a detetive", assegura.
A intérprete igualmente já conhecia a história de José (Juliano Laham). "Nasci dentro de uma família evangélica e fiquei muito emocionada em ajudar a contar essa história, que é uma das que mais amo na Bíblia. Eu me senti tocada em diversos momentos", diz.
Kizi explica que a espiritualidade foi fundamental para que, ao contrário de Kamesha, ela não se visse desorientada sobre o que fazer com a própria vida:
Sou uma mulher de muita fé, e minha crença nunca me deixou ficar sem rumo. Deus tem um propósito na minha vida, como tem na vida de todos, e saber disso me dá segurança. Ele me fortalece para que eu não caia em lugares que vão me deixar perdida. Mesmo em momentos difíceis, Deus está sempre me conduzindo com sabedoria e aprendizado.
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Kizi também esteve no ar em Ilha de Ferro
Em meio a discussões sobre o papel do artista na sociedade, Kizi faz coro aos que não escolhem uma posição de neutralidade nas redes sociais. "Eu sempre procuro me posicionar a favor de liberdade, caridade, amor, arte e transformação", argumenta a atriz, que mantém o projeto social Curta Arte Caxias na Baixada Fluminense.
Acredito que o artista tem um grande papel, de usar a visibilidade que temos para ajudar a fazer as pessoas pensarem melhor em que atitude tomar dentro de uma sociedade que tenta nos calar. Não é uma obrigação, mas podemos fazer a diferença diante de causas que são deixadas de lado. Não podemos fingir que está tudo normal.
A intérprete, que também esteve no ar em Ilha de Ferro durante a pandemia, ainda tenta fazer a diferença na criação do filho Pedro Luiz, de 13 anos, o educando para a diversidade:
Ele é meu melhor amigo, meu confidente da vida. Nasceu dentro da arte, convivendo com pessoas de várias tribos e religiões. Sempre ensinei que todos nós somos iguais e que não somos melhores do que ninguém. Educar é uma tarefa muito difícil, mas eu vejo que ao mesmo tempo é muito prazerosa. O único problema é que o adolescente quer virar adulto muito rápido, aí complica (risos).
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