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Crise das nove

Insatisfeita, cúpula da Globo encomenda mudanças em Velho Chico

Fotos Caiuá Franco/TV Globo

Antonio Fagundes em cena de Velho Chico; figurino não combina com coronel - Fotos Caiuá Franco/TV Globo

Antonio Fagundes em cena de Velho Chico; figurino não combina com coronel

DANIEL CASTRO

Publicado em 20/4/2016 - 5h32

Insatisfeita com a nova fase de Velho Chico, a cúpula da Globo está negociando com o diretor artístico da novela das nove uma série de mudanças. Os executivos da emissora encomendaram a Luiz Fernando Carvalho alterações nas caracterizações de Antonio Fagundes e Christiane Torloni e nos figurinos de quase todos os personagens. Querem também ajustes que deixem a novela de fato contemporânea e com um ritmo menos lento. Dos autores, pediram mais romance na história.

Pesquisas feitas com grupos de telespectadores mostram que o público está rejeitando não apenas caracterizações como a do Afrânio de Antonio Fagundes, mas também outros aspectos da produção. Para agravar a situação de Velho Chico, a coautora Edmara Barbosa deixou a novela, relata a jornalista Lígia Mesquita em sua coluna na Folha de S.Paulo nesta quarta (aqui, para assinantes). Edmara vinha tendo atritos com o autor principal, Benedito Ruy Barbosa, seu pai.

Apesar do cenário, Luiz Fernando Carvalho vem resistindo às tentativas de mudanças. Por enquanto, a cúpula da Globo vem tentando convencê-lo de que alterações em sua concepção artística são necessárias, ainda sem impô-las.

Camila Pitanga: ninguém se veste assim no Nordeste

Os executivos que comandam a área artística da Globo têm usado como argumento justamente o estranhamento do público. Dizem que a maioria dos telespectadores não entenderam a proposta, por exemplo, do figurino de Antonio Fagundes, todo colorido, fabulesco, afinal ninguém (muito menos um coronel do sertão) usa uma roupa como a de Afrânio nos dias de hoje. O mesmo vale para os figurinos de Iolanda (Christiane Torloni), de Tereza (Camila Pitanga), do deputado Carlos Eduardo (Marcelo Serrado), de Encarnação (Selma Egrei) e para os turbantes que transformam as empregadas domésticas em escravas do século 17. Tudo isso, argumentam, descaracteriza Velho Chico como uma trama contemporânea, a deixa fora de época e de localização (Nordeste).

No roteiro, a nova fase da novela das nove traz um excesso de engajamento ecológico e político em detrimento do romance. Os personagens surgiram na semana passada amargurados, presos ao passado. Falta um casal para o público torcer. O romance proibido de Tereza e Santo (Domingos Montagner) ainda vai demorar algumas semanas para ressurgir caso os capítulos não sofram alterações.

A cúpula da Globo teme que os problemas afetem a audiência de Velho Chico. Por enquanto, a trama vem resistindo à contra-ofensiva bíblica da Record. Mas o ibope, na casa dos 30 pontos, poderia ser bem melhor, acima de 35. Em muitos dias, a novela das nove tem rendido menos do que as das seis e das sete. Sinal inequívoco de que algo está errado.


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