Globo repete erro de Um Lugar ao Sol e sacrifica Terra e Paixão por remake

Com o plano de esticar Terra e Paixão em mais duas semanas, a Globo está prestes a repetir o erro cometido em Um Lugar ao Sol (2021). Picotado pela pandemia, o folhetim de Lícia Manzo acabou estendido para dar mais tempo à produção de Pantanal (2022). A estratégia afundou de vez a audiência da trama, que se tornou --até então-- o maior fracasso do horário nobre.

A trama de Walcyr Carrasco e Thelma Guedes está em uma situação mais confortável no Ibope. Os números, no entanto, estagnaram nas últimas semanas após uma pequena reação com a reviravolta de Marino (Leandro Lima) --responsável pelo recorde de 29,5 pontos em 11 de setembro.

Os autores, porém, já não têm mais uma frente tão ampla de capítulos --como ficou claro durante o afastamento de Tatá Werneck e Jonathan Azevedo. Os atores ficaram fora das gravações durante cinco dias, mas foi o suficiente para impactar diretamente a narrativa.

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Kelvin (Diego Martins), por exemplo, foi realocado para cantar no desfile promovido por Graça (Agatha Moreira) no lugar de Odilon (Jonathan Azevedo). Ele, porém, não poderia completar o arco inicialmente previsto e se tornar um astro internacional --já que o romance com Ramiro (Amaury Lorenzo) é razoavelmente bem aceito.

Não à toa, como a colunista Carla Bittencourt revelou no Notícias da TV, Carrasco bateu o pé para que Terra e Paixão chegue ao fim dentro do planejado. Ele e Thelma têm se virado nos 30 para conduzir a história praticamente na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Corre-corre

Para piorar a situação, Carrasco já gastou boa parte da sinopse inicialmente prevista para crescer no Ibope. Ele adiantou a morte de Daniel (Johnny Massaro) e conseguiu recuperar parte da audiência afugentada por Travessia.

Depois de perder o principal "guia" da sua história, o autor atualmente recorre a estratégias para reescrever a novela quase que ao vivo. Uma delas é o autoplágio, em que recicla tramas que já deram certo em outros folhetins.

Os diamantes nas terras de Aline (Barbara Aline) se assemelham às esmeraldas de Clara (Bianca Bin) de O Outro Lado do Paraíso (2019). Laura (Bella Piero), da mesma produção, sofria com um trauma causado por uma abuso na infância --tal qual Petra (Debora Ozório) na obra atual.

A equipe até mesmo se inspira em produções de terror, como na cena em que Agatha (Eliane Giardini) envenenou Irene (Gloria Pires) com um chá --encenada exatamente como no filme Corra! (2017), de Jordan Peele.

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