ANÁLISE
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Zefa (Andrea Beltrão) encontrou a turmalina paraíba e mudou a vida de sua família na novela
No Rancho Fundo entrou em seu segundo mês de exibição com fôlego de sobra, bem diferente do que havia ocorrido com Mar do Sertão (2022), novela também de autoria de Mario Teixeira e que serviu de base para a atual trama da faixa das 18h na Globo. Agora, o novelista conseguiu entregar a reviravolta da família de protagonistas, que ficou milionária, sem esvaziar a história como tinha acontecido com Candoca (Isadora Cruz) e Zé Paulino (Sergio Guizé).
Como Teixeira trouxe o noivo supostamente morto de volta a Canta Pedra ainda no começo de Mar do Sertão, o que se viu foi o casal principal da história ficar vivendo eternamente o "dia da marmota" --em um looping contra as armações dos vilões Tertulinho (Renato Góes), Deodora (Debora Bloch) e Tertúlio (José de Abreu).
Agora, em No Rancho Fundo, os mocinhos dão os primeiros passos na grande história de amor que devem construir ao longo da novela, mas caminham de mãos dadas com a verdadeira protagonista: Zefa Leonel (Andrea Beltrão).
A trabalhadora é fruto de uma mistura de heroínas e não tem como não cair no gosto do público. Ela remete a Pereirão (Lilia Cabral), de Fina Estampa (2011), e a dona Lurdes, de Amor de Mãe (2019). É uma mulher aguerrida, mãe leoa, justiceira, inteligente e com personalidade para passar por cima de qualquer um que tente humilhá-la ou enganá-la.
Dessa vez, a história de amor dos mocinhos é um mel que vai adocicar os telespectadores, mas não é luta deles para ficar juntos que está em jogo. No Rancho Fundo caminha em busca de justiça, de uma vida digna, e retrata muito mais a dureza enfrentada pelos sertanejos do que Mar do Sertão. Em 2022, a família de Timbó (Enrique Diaz) tinha essa pegada e roubou a cena muitas vezes, ofuscando os protagonistas.
O que se vê em cena é que Mario Teixeira fez um upgrade na fórmula que já era eficaz. Ele mescla humor e miséria, samba na cara dos vilões o tempo todo, mas os mantém implacáveis e superdeterminados em seus propósitos. Eles agem para que os heróis reajam cada vez com mais força.
O autor sabe jogar com o público e se mostra amadurecido a ponto de abraçar uma encomenda da emissora e fazer um verdadeiro banquete para servir aos telespectadores. Importante lembrar que ele e o diretor artístico, Allan Fiterman, tiveram de correr com os trabalhos porque a novela foi antecipada. Era para estar no ar O País de Alice, de Licia Manzo, trama cancelada.
Não há nada de grandes ousadias nem inovações em No Rancho Fundo. A saga traz caipiras carismáticos e valentes encabeçando uma história que, por si só, já cria identificação com uma enorme parcela da população --a daqueles que sonham com dias melhores, em encontrar o grande amor e ganhar na loteria para mudar de vida do dia para a noite.
Por fim, a saga de Zefa e sua família conta com atores experientes, competentes e conhecidos do grande público na linha de frente. E também investe em novos rostos, como é o caso de Larissa Bocchino (Quinota) e Túlio Starling (Artur).
No Rancho Fundo se passa dez anos após os eventos de Mar do Sertão. O folhetim deve ser substituído por Tutti Frutti, novela de Alessandra Poggi protagonizada por Duda Santos.
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