Elas Por Elas muda o jogo com assassinatos, maus-tratos a cadeirante e até IA

O remake de Elas por Elas serve de termômetro para a Globo, que já vê a nova versão de Renascer ser criticada por diversos fatores, principalmente a narrativa lenta. A novela das seis mudou o jogo e ficou muito mais interessante depois que entregou tudo que estava previsto na trama original de 1982. Recheada de clichês folhetinescos, as reviravoltas na história deram gás ao enredo.

Agora, assassinatos estão sendo desvendados, mas novos crimes também entram em cena. Vilãos completamente fora da casinha tornam os dias dos mocinhos muito difíceis --que o diga Jonas (Mateus Solano), que ficou sem andar após levar um tiro e ainda foi sequestrado pela ex-mulher, a maluca Helena (Isabel Teixeira).

Ela está fazendo miséria com o cadeirante e recorreu até a um aplicativo de inteligência artificial para "ter a voz do marido". Na trama, ela usa o recurso para enviar mensagens de áudio para aqueles que estão preocupados com o executivo, mantido em cárcere privado em uma casa de campo. 

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O atual momento de Elas por Elas prova que novela boa é aquela com vilanias, sofrimento e vidas do avesso. Além da obcecada Helena, o folhetim tem o inescrupuloso Sérgio (Marcos Caruso) como pai e avô monstro. Por último, ele sumiu com a chantagista Míriam (Paula Cohen), deixando no ar que sujou as mãos de sangue para valer. 

Valentina Herszage integra o time do mal, com armações para separar Giovanni (Filipe Bragança) e Ísis (Rayssa Bratillieri). O casal jovem funciona bem, mas enfrenta um afastamento extremamente doloroso. A perversa e mimada Cris agora recorreu ao velho falso golpe da barriga para manter os dois pombinhos longe um do outro.

Roberto (Cassio Gabus Mendes) virou o crápula da vez depois que veio à tona que tudo passou a indicar que ele matou Átila (Sergio Guizé) envenenado. Tudo porque o marido de Lara (Deborah Secco) era contra o esquema de compra de sentenças do qual o escritório dele e de Roberto faz parte. 

Sem inventar a roda, os autores Alessandro Marson e Thereza Falcão provam que mais vale uma trama inédita com ingredientes clássicos do que uma atualização do que foi sucesso no passado. Em se tratando de obra aberta, poder mexer na história para ir ao encontro do que espera o telespectador é um acerto a ser reconhecido.

Até os núcleos secundários de Elas por Elas estão sendo beneficiados com as mudanças. Novos casais surgiram, assim como a humanização de Marcos (Luan Argollo), mau-caráter vítima das circunstâncias às quais foi submetido --herdeiro de uma fortuna, ele foi criado passando necessidades, sem direito a educação, graças a uma tramoia maluca de Sérgio e Míriam.

Elas por Elas estreou em setembro do ano passado e foi rejeitada principalmente por ser uma trama de humor em um horário que historicamente apresenta mais drama e novelas de época. A saga das sete amigas entra na reta final e será substituída por No Rancho Fundo em abril. 

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