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JOÃO EMANUEL CARNEIRO

Como autor da Globo evitou que A Favorita virasse um fiasco em apenas uma cena?

JOÃO MIGUEL JUNIOR/TV GLOBO

À esquerda, Patricia Pillar caracterizada como Flora e Claudia Raia à direita como Donatela em cena de A Favorita

Flora (Patricia Pillar) e Donatela (Claudia Raia) viviam em pé de guerra em A Favorita (2008)

DANIEL FARAD

Publicado em 6/6/2020 - 5h49

Uma das maiores apostas que a Globo já fez em seu horário nobre, João Emanuel Carneiro escapou por pouco de ver A Favorita (2009) se tornar um fiasco. Depois de patinar durante três meses na audiência e sofrer com a concorrência da Record, o roteirista fez uma aposta arriscada. Ele adiantou uma das revelações previstas para a reta final e entregou que Flora (Patricia Pillar) era a verdadeira vilã da trama.

Disponível no Globoplay, a cena em questão fez a novela bater o primeiro recorde de audiência e ainda justificou a promoção do escritor para o time de "medalhões" da emissora. Ele conseguiu furar uma "panelinha" que já perdurava há 15 anos na faixa das 20h --o último a ingressar no seleto time tinha sido Benedito Ruy Barbosa, com Renascer (1993).

Barbosa, inclusive, precisou emplacar com Pantanal (1990) na extinta Manchete para ganhar uma vaga no time da "primeira divisão" dos folhetins. Apesar de êxitos como Cabocla (1979) e Sinhá Moça (1986) às 18h, ele nunca tinha sido alçado para voos mais altos no canal carioca.

Uma solução mais doméstica, João Emanuel se credenciou para a posição após arrebatar o público com Da Cor do Pecado (2004) e Cobras & Lagartos (2006). De cara, ele começou com o pé esquerdo. O primeiro capítulo amargou os piores índices para uma estreia na história do horário nobre global, dividindo as atenções com o desfecho de Caminhos do Coração (2008), na Record.

Carneiro tentou subverter a lógica do gênero ao não apresentar claramente quem seria a antagonista e a protagonista de sua produção. Os telespectadores não só rejeitaram a proposta como implicaram com outros personagens, principalmente Maria do Céu (Deborah Secco). Até o sotaque da atriz entrou no rol de críticas.

REPRODUÇÃO/TV GLOBo

Donatela (Claudia Raia) e Flora (Patricia Pillar) formavam a dupla sertaneja Faísca & Espoleta


Dança das cadeiras

Com uma bomba nas mãos, o autor decidiu que não seguraria o grande segredo da trama para o centésimo capítulo, como é de hábito até hoje nas obras da casa. O público reagiu imediatamente ao descobrir no 56º episódio que Patrícia Pillar era a grande vilã da trama --os índices de audiência saltaram de 35 para 46 pontos.

A revelação foi um choque e serviu para engajar novamente as pessoas junto à trama. Flora era então a "queridinha" dos espectadores, que também rejeitavam as ações politicamente incorretas de Donatela (Claudia Raia).

"Sei que as pessoas iam me xingar, mas prefiro correr o risco. É curioso como as pessoas não conseguem perdoar o rico. O público fica indignado por Donatela ter US$ 22 milhões guardados", afirmou Carneiro em entrevista ao jornal Extra.

Entre a revolta e a curiosidade, A Favorita finalmente caiu no gosto popular e deixou para trás a pecha de fracasso. Curiosamente, o autor tentou a mesma estratégia para alavancar A Regra do Jogo (2015) ao adiantar a revelação de que Gibson (José de Abreu) era o "pai" da facção criminosa. Dessa vez, a tática não foi bem-sucedida.


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