CRUEL E MARCANTE
Divulgação/TV Globo
A atriz Joana Fomm caracterizada como Perpétua, sua personagem terrível na novela Tieta (1989)
FERNANDA LOPES
Publicado em 7/6/2020 - 6h11
Desde 1989, quando Tieta foi ao ar pela primeira vez na Globo, Joana Fomm é conhecida e chamada pelo público pelo nome de sua personagem mais marcante na TV até hoje: a vilã Perpétua, uma beata hipócrita e invejosa. O folhetim entrará para o catálogo do Globoplay na próxima segunda (8), e a atriz tem certeza de que terá grande repercussão novamente.
"Que bom que vai passar de novo. A novela foi o maior sucesso. Até hoje sou chamada de Perpétua. Mesmo se eu quisesse esquecer, nunca me esqueceria dela. Me mandam emails com a cara da Perpétua, não sei quem é", conta a atriz.
Na história, Perpétua era irmã de Tieta (Betty faria), a quem odiava e de quem morria de inveja. Tanto que provocou a expulsão da protagonista da cidade. Correta nas aparências, na realidade ela cometia todos os pecados e vivia arquitetando maldades para prejudicar os outros e tirar vantagens.
Um dos grandes mistérios de Tieta era o que Perpétua guardava em uma caixa branca, que cuidava de maneira superprotetora. No fim da novela, a reação de choque de todos os personagens deixou subentendido que Perpétua guardava o pênis embalsamado do finado marido.
"Não era um segredo para mim. Era engraçado saber que ela guardava o pênis do marido, o major. Eu contracenava quase que o tempo inteiro com Armando Bógus (1930-1993), que era muito meu amigo e era um ator sensacional. Às vezes a gente gravava uma cena dez vezes, porque a gente ria. Não dava pra respirar. Mas foi muito bom [este trabalho]", diz a artista.
"Eu me divertia muito. Saí com mais algumas rugas e um problema no pé, porque usava um sapato de padre que me machucou muito os pés. Teve um preço também físico, mas foi muito bom", completa a atriz.
Perpétua representou o fanatismo religioso e a rigidez nos costumes nos anos 1980, uma época em que o conservadorismo estava mais em baixa do que nos dias atuais. Mesmo assim, a atriz acredita que sua personagem não ganhará defensores agora.
"Ela é uma maluca, doida. Acho que ela não acreditava em nada [da religião], só acreditava nela. Acho que não seria defendida, mas seria um personagem cômico. Hoje em dia as pessoas só defendem o [Jair] Bolsonaro", alfineta Joana.
reprodução/viva
Joana Fomm em depoimento ao programa As Vilãs que Amamos, do canal Viva, em 2019
Atualmente com 80 anos, a atriz fez mais de 20 novelas na Globo, como Dancin' Days (1978) e Vamp (1991). O último trabalho de Joana na emissora foi um episódio de Sob Pressão, em 2019.
A atriz está passando a quarentena com seu filho e diz que não tem saído de casa para nada. "A gente está vivendo uma época muito difícil. É difícil não poder sair de casa, não posso fazer nada. Estou em todos os grupos de risco possíveis, então não saio. Meu filho toma conta de mim, não me deixa sair de jeito nenhum. Tem que fazer isso até acabar [a pandemia], e a gente não sabe quando acaba, né?", lamenta.
Joana diz que rodou um filme antes de a quarentena começar e gostaria de voltar a trabalhar na TV, mas faz ressalvas. "Eu gostaria de fazer um bom papel. O ideal é fazer uma série. Mas não sei se vai acontecer. Não sei se a gente vai ter novela de novo, vai ser estranho. Mas o que se vai fazer? O momento presente é esse", conclui.
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