Com Terra e Paixão, Thelma Guedes supera novela cancelada e vira ouro para Globo

Em meio a inúmeras redenções, de Marino (Leandro Lima) a Ramiro (Amaury Lorenzo), Thelma Guedes se juntou à lista dos que deram a volta por cima em Terra e Paixão. A autora não só auxiliou Walcyr Carrasco a mudar os rumos da história como ganhou moral com a Globo --e depois de ter um projeto para às nove rejeitado pela direção da emissora.

Thelma e Duca Rachid chegaram a entrar na fila do horário nobre com O Homem Duplicado, que seria protagonizada justamente por Cauã Reymond, o Caio da atual novela das nove. Mas a sinopse, que era cotada para substituir A Força do Querer (2017), não saiu do papel.

"Isso é normal, faz parte do nosso trabalho. Estamos lá para oferecer nossas ideias. Às vezes, não dá certo. Vamos apresentar outras sinopses, isso é o que não falta para gente", escreveu a roteirista, em suas redes sociais, na época.

UNIÃO DO MAL

Em Volta por Cima, Cacá arruma aliado de baixo nível para separar Jão e Madalena

LADRA

Zélia confessa crime doentio em Garota do Momento: 'Sou assim desde criança'

Um dos principais "fiadores" de Thelma dentro da Globo é o próprio Carrasco, que já havia a chamado para colaborar em Esperança (2022), Chocolate com Pimenta (2003) e Alma Gêmea (2005). Não à toa, ele pensou justamente na autora para ajudá-lo a salvar Terra e Paixão.

Desta vez, ela foi creditada não como colaboradora, mas como uma das autoras principais da história. Ela, realmente, imprimiu o seu estilo na história dos La Selva --como nas inúmeras perseguições e sequestros, que já tinham marcado tramas como Cama de Gato (2009), Joia Rara (2013) e, principalmente, Órfãos da Terra (2019).

Com um quadro de roteiristas consideravelmente menor do que no passado, a Globo vê agora na profissional um nome para ocupar o horário nobre. Além das inúmeras demissões recentes, os principais medalhões já se aposentaram --casos de Manoel Carlos e Benedito Ruy Barbosa--, abrindo espaço à força para novos nomes.

Thelma, diga-se de passagem, é fruto de um processo de renovação de novelistas que deu muito certo na gestão passada --a de Silvio de Abreu, que foi demitido em 2020 após 40 anos na empresa. Ele abriu espaço para mais de 20 novos autores principais.

Alguns deles foram responsáveis pelos principais sucessos da direção de Dramaturgia sob a tutela de José Luiz Villamarim. Júlio Fischer e Duca Rachid recentemente escreveram Amor Perfeito (2022); Alessandra Poggi já tem uma novela engatada após Além da Ilusão (2021); Mario Teixeira virou o novo "senhor das seis" com Mar do Sertão (2022); e Bruno Luperi ganhou moral após o fenômeno Pantanal (2022).