Bandida em A Dona do Pedaço, atriz denuncia que há líderes religiosos como Fabiana

Nathalia Dill nunca teve o desprazer de cruzar o caminho de uma Fabiana, mas acredita que a noviça rebelde não existe apenas em A Dona do Pedaço. Longe de ser mera obra de ficção, a vilã pode estar à espreita onde menos se espera, até mesmo dentro dos conventos e igrejas. Inclusive no comando das congregações, liderando milhares de fiéis.

"A perversidade humana pode estar em qualquer lugar, e as religiões não são isentas, a gente vê tantos líderes religiosos sendo desmascarados, descobertos", alerta Nathalia em conversa com o Notícias da TV.

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A atriz acredita que o autor Walcyr Carrasco teve uma grande sacada ao fazer Fabiana usar a sua crença para esconder as maldades. Tanto que se surpreendeu ao perceber que o público, mesmo sabendo desde o início da história que a religiosa seria uma vilã, se chocou com as atitudes da mau-caráter.

"As pessoas realmente acharam que ela seguiria por outro caminho por ser freira", afirma Nathalia. A personagem usa isso para não deixar ninguém esquecer suas origens. Repete capítulo sim, capítulo também que cresceu em um convento.

O bordão virou meme nas redes sociais, mas divide opiniões. A intérprete chegou a ficar preocupada com a aceitação dos telespectadores. "Até me questionei se falava mais, se parava, mas estou feliz com a repercussão", desconversa.

Ladrão que rouba ladrão

Nathalia percebeu que, apesar de todas as atrocidades, Fabiana está caindo nas graças do público por atormentar Josiane (Agatha Moreira). "Fazer vilania com o vilão da novela não é maldade, as pessoas só não gostam quando ela apronta para cima da Maria da Paz [Juliana Paes]", diverte-se ela.

Nos últimos capítulos, a católica chegou a dar uma surra na patricinha de um jeito que nem mesmo a confeiteira foi capaz ao descobrir que a filha a traía com Régis (Reynaldo Gianecchini).

"As pessoas enlouqueceram quando a Fabiana se justificou dizendo que fez Educação Física no convento, foram vários memes com freiras fazendo artes marciais", relembra, minimizando as críticas de quem achou a história toda um absurdo. "Essa é a graça da novela, ser uma fábula, um conto."

A atriz de 33 anos, aliás, vê como bons olhos essas risadas que sua personagem arranca dos espectadores. Em sua opinião, isso faz com as pessoas percebam os próprios preconceitos e contradições.

"A graça do vilão é quando ele toca naquele lado mais obscuro, quando a pessoa percebe que não deveria estar rindo. A Fabiana mostra que todo mundo pode ser perverso, mas também pode ser bom. A vida real não é tão maniqueísta", arremata a antagonista da novela das nove.

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