Autora desvia da culpa por censura a beijo lésbico em Vai na Fé: 'Não tenho controle'

Depois de algumas censuras aos selinhos de Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman), as duas ganharão um final feliz em Vai na Fé. A autora Rosane Svartman escreveu até mesmo um adendo para a última sequência das duas, com direito a um novo beijo entre as apaixonadas da novela das sete da Globo. Ela torce para que o carinho seja exibido sem cortes, mas alega não ser responsável pelo que vai ao ar ou acaba no chão da sala de edição.

"De uma página de roteiro vem o trabalho de centenas de pessoas. E depois isso vai ser assistido por milhões de pessoas. E eu não tenho mais controle sobre o que acontece na minha página de roteiro quando ele sai das minhas mãos", explicou a autora ao Notícias da TV.

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Clara e Helena --que terminaram a relação na última terça-feira (7), após uma fala preconceituosa da mãe de Rafa (Caio Manhente)-- só vão se entender mesmo no finzinho do último capítulo, nesta sexta-feira (11). Apesar da censura aos beijos das personagens pela alta cúpula da Globo, a novelista assegura que a história contada não sofreu nenhuma alteração.

"O arco delas, a história, do ponto de vista afetivo, tudo isso foi contado e está sendo contado com todo carinho, desde a sinopse, sabe?", resumiu ela.

Ainda segundo Rosane, ela e sua equipe de roteiristas escreviam com muita antecedência para facilitar os trabalhos de pré e pós-produção. Por isso, a troca de beijos já tinha sido criada muito tempo antes de o veto à cena acontecer. A novelista, inclusive, prefere não polemizar o assunto, que deixou as redes sociais em polvorosa.

"Realmente, me perguntam o porquê, mas eu não sei, não tenho uma resposta... Mas te garanto que a gente escreve com todo o carinho, com todo o respeito e com todo o amor a essas personagens. E isso, o arco delas, os dramas, tudo isso está lá", disse.

Em junho, o novo diretor dos Estúdios Globo, Amauri Soares, meteu a tesoura nas novelas da emissora. Partiu dele a ordem de cortar os beijos entre Clara e Helena, para não afugentar os telespectadores mais conservadores. O novo chefão quer manter o público sentado de frente para a TV.

Apesar de saber que é preciso investir em uma nova geração de telespectadores, o executivo não quer afastar da programação quem dá audiência para a TV aberta há quase 60 anos.

No caso de Vai na Fé, Amauri não quis comprar briga com os evangélicos, que aprovam a história de Rosane Svartman. O diretor achou que botar uma mulher casada para se envolver com sua personal trainer já era mais do que suficiente e que exibir um beijo entre as duas seria afrontar demais um público que é abraçado pelas novelas bíblicas da Record. Porém, diante da pressão da opinião pública, a troca de carinho entre as personagens acabou indo ao ar.

Vai na Fé será substituída por Fuzuê, de autoria de Gustavo Reiz, que está sendo gravada nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, e estreia na segunda (14). O folhetim contará com Giovana Cordeiro e Marina Ruy Barbosa nos papéis principais de mocinha e vilã, respectivamente.

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