Atriz azucrina a família para não perder caipira de Salve-se Quem Puder de vista

Grace Gianoukas brinca que quase enlouqueceu a família com receio de perder Ermelinda de vista durante a pausa forçada de Salve-se Quem Puder por causa da pandemia de Covid-19. Presa em sua casa em São Paulo, a atriz passou os dias a cantarolar as músicas da novela das sete com o sotaque da mãe de Zezinho (João Baldasserini) --bem diferente do seu.

Gaúcha de Rio Grande, a intérprete se propôs a gastar o tempo livre recitando a trilha sonora da história de Daniel Ortiz à moda do interior de São Paulo. "Eu fiquei a quarentena inteira azucrinando as orelhas da minha família para não perder a personagem, mas, no fim das contas, eu só precisei colocar o figurino que ela veio inteira", entrega ela ao Notícias da TV.

Bissexta em folhetins, a artista confessa que o medo de perder o ritmo passou assim que ela colocou os pés nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro. "Parecia até que a gente não tinha parado. Eu achei engraçado que, em geral, você não quer que uma novela acabe. Dessa vez, a gente queria e muito", dispara.

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A comediante explica que não só ela, mas todo o elenco retornou ao set com o desejo de concluir aquele trabalho abruptamente interrompido pela crise sanitária --até para mostrar ao Sars-Cov-2 quem é que manda. "Eu me senti muito segura, mas foi uma ousadia. Fiquei orgulhosa de fazer parte dessa empresa que zela pelos seus funcionários", elogia.

Grace aponta que as cenas ao lado de Juliana Paiva foram as mais difíceis, já que ela e a colega de profissão também compartilham do carinho que Ermelinda tem por Luna na ficção. "Eu vou arrastar a nossa relação para a vida, mas a gente não podia se abraçar, nem em cena, por mais vontade que desse", lamenta.

Ermelinda (Grace Gianoukas) e Luna (Juliana Paiva)

A humorista ainda ficou feliz em reencontrar a galinha Felipa --interpretada, na verdade, por três aves diferentes--, que sempre ofereceu bons conselhos para a caipira e sua família ao decorrer da trama. "O Daniel é profético. Em breve, as galinhas vão fazer papel de terapeutas", brinca ela, sobre a fama de Nostradamus (1503-1566) do roteirista.

Além da produção, a atriz também se viu longe dos teatros pela primeira vez desde 2001, quando deu o pontapé no espetáculo Terça Insana. "A sorte é que eu tinha acabado de me mudar, então fiquei entretida arrumando a minha nova casa. Ainda aproveitei para colocar todo o meu acervo em ordem. Foi um barato rever a minha carreira inteira", diz.

Grace considera que vai sair da pandemia mais forte do que nunca. "Aprendi a viver o momento, o presente. Foi uma experiência engrandecedora e, espero, não vamos passar por outra oportunidade dessa na vida", acrescenta ela, que passou o confinamento ao lado do marido, o produtor cultural Paulo Marcel, e do filho Nikolas.

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