Atriz de Salve-se Quem Puder se orgulha de ser musa da Era Jurássica do YouTube

Os 15 anos de existência do YouTube parecem alguns milênios diante da quantidade de memes e influenciadores que surgiram e desapareceram entre todo o conteúdo da rede social. Os vídeos de Grace Gianoukas, aliás, estão entre as relíquias arqueológicas da plataforma. No elenco de Salve-se Quem Puder, a atriz viu as suas esquetes no Terça Insana se transformarem nos primeiros virais brasileiros a ganharem força no site.

O primeiro DVD do espetáculo de humor, comandado pela intérprete de Ermelinda desde 2001, já tinha virado entre sensação entre os camelôs de São Paulo em 2004. "A gente foi pirateado até para fora do país, com legenda e tudo, antes de alguém subir alguns trechos por lá [no YouTube] um ano depois", relembra ela.

A artista calcula que, ao todo, o seu palco já recebeu cerca de 400 atores, que criaram mais de 700 cenas diferentes. "Às vezes, eu estou andando na rua e até hoje as pessoas me abordam com os bordões de alguns papéis que eu criei durante o projeto", revela Grace.

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Entre os personagens mais queridos, ela cita a traficante de drogas Cinderela e a atriz dopada de calmantes Aline Dorel. Ambos os monólogos foram postados há 13 anos e acumulam milhões de visualizações. O campeão de views, no entanto, é o seu amigo Octávio Mendes. Na pele de Irmã Selma, ele atingiu sozinho a marca de 9,3 milhões de acessos com a freira vingativa.

"A gente formou uma geração, abriu uma porteira para uma galera que está por aí, influenciada pelo Terça Insana. A Samantha Schmütz e o Fábio Porchat, por exemplo, já falaram sobre a importância do projeto. Nós criamos uma linguagem que dá certo até hoje, em que o humor não faz bullying, mas dá voz [aos oprimidos]", orgulha-se a paulistana.

camila maia/tv globo

Ermelinda (Grace Gianoukas) com a sua companheira Felipa em cena de Salve-se Quem Puder

Cheia de dedos

Grace explica que demorou a aceitar o convite para um folhetim da Globo por conta da sua agenda apertada como atriz e produtora no espetáculo na capital paulista. Após várias participações especiais na emissora, ela fez a sua estreia em um papel fixo nas tramas como a Teodora Abdalla de Haja Coração (2016).

"As novelas me possibilitaram ficar conhecida para além da internet. As pessoas até hoje me perguntam onde está o dedo que a mãe de Fedora [Tatá Werneck] perdeu na história. Em Orgulho e Paixão (2018), as pessoas ficaram me seguindo pela rua, me chamando de madama", rememora a atriz, em referência ao pronome de tratamento com que Petúnia se dirigia a Susana (Alessandra Negrini).

Na atual história de Daniel Ortiz, o público insiste em ter notícias de sua parceira de cena, a galinha Felipa. "Adoro contracenar com elas [ao todo, são três aves]. Eu cresci no interior, pintava as unhas dos meus frangos, colocava até lacinho na cabeça delas com sabonete. Se pudesse, depois da novela, fazia um galinheiro na minha casa para ficar com todas", confidencia a intérprete.

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