PROTAGONISTA DE HELENA
REPRODUÇÃO/SBT
Vincenzo Richy em Poliana Moça; ator é protagonista de Helena, filme com Nicette Bruno
Vinícius em Poliana Moça, Vincenzo Richy não consegue segurar as lágrimas ao lembrar das gravações de Helena, filme que estrelou ao lado de Nicette Bruno (1933-2020). Foi a última obra da atriz, que abdicou de todos os dias de descanso só para rodar o filme. Aos 86 anos, ela se agarrou a uma memória longínqua que tinha de seu grande amor: foi por meio da uma outra versão do clássico que conheceu Paulo Goulart (1933-2014), em 1952.
Na época, o diretor teatral Ruggero Jacobbi (1920-1981) se surpreendeu com o desempenho de Goulart na novela Helena, exibida na extinta TV Paulista (1952-1966). Por isso, o cineasta não titubeou ao convidar o galã para Senhorita Minha Mãe (1952) --peça estrelada por Nicette Bruno.
A atriz, porém, não se apaixonou à primeira vista. "Assim que ele passou no teste, eu só pensava em começar os ensaios. Não tinha cabeça para namoro. Nem por um segundo imaginei estar diante do homem com quem me casaria dois anos depois", confessou a atriz, em entrevista à biografia Nicette Bruno e Paulo Goulart (2004), de Elaine Guerini.
Entre ensaios, declamações de poesia e danças nas coxias dos teatros, o casal se apaixonou. Daí, nasceu um casamento de 60 anos e três filhos: Bárbara Bruno, Beth Goulart e Paulo Goulart Filho.
"Quando ela morreu, fiquei sabendo de primeira mão. Chorei de emoção, mas, ao mesmo tempo, senti felicidade. No final das contas, ela foi encontrar o grande amor da vida dela. Ela nunca deixou de ser a mulher do Paulo Goulart. Ela ainda carregava a aliança... Só de olhar para ela, eu acreditava que o amor é eterno", admite Vincenzo Richy, em entrevista ao Notícias da TV. A atriz morreu em dezembro de 2020 vítima da Covid-19.
No filme em que trabalharam juntos, o jovem ator interpreta Estácio, sobrinho de Úrsula, personagem da veterana. Curiosamente, o mesmo personagem que Goulart interpretou lá atrás no folhetim da TV Paulista. Ambas as obras foram inspiradas no romance homônimo de Machado de Assis (1839-1908).
"Ela só aceitou [a proposta de fazer o filme] porque Helena foi o que fez com que ela e o Paulo se encontrassem, se conhecessem e se apaixonassem. Foi por causa dessa obra que o diretor [da peça em que ela trabalhava na época] correu atrás dele. Ela contou essa história, assim como contou outras. Ver aquela mulher falando de amor, da vida...", relembra, emocionado.
Ele interrompe o desabafo e respira fundo. As lágrimas escorrem. "Até hoje, tenho uma camiseta de Friends [série da Warner exibida entre 1994 e 2004] que ela me deu. É meu amuleto da sorte", diz.
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Durante as filmagens, a atriz estava no elenco de Órfãos da Terra (2019). O primeiro desafio que ela enfrentou, aliás, foi conseguir uma exceção em seu contrato de exclusividade com a Globo. Depois, teve de dar conta de uma rotina agitada. Só conseguia gravar aos fins de semana, pois rodava a novela de segunda a sexta-feira.
Por isso, a atriz passou os três meses de um lado para o outro. Toda sexta-feira viajava do Rio de Janeiro, onde gravava a novela, para o Espírito Santo, onde rodava o filme --experiência semelhante à do próprio Vincenzo Richy, que já integrava o elenco de As Aventuras de Poliana (2018).
"Estou ansioso para ver o filme, porque foi uma época de muito cansaço. Eu gravava aos sábados e domingos, das 6h às 23h, e pegava um voo logo na sequência. Na segunda, já tinha que estar aqui [em São Paulo] para gravar a novela [As Aventuras de Poliana]. Misturou a energia, o cansaço... Tudo pela arte, né? Ainda mais fazer essa obra, que é um clássico de Machado de Assis", afirma o ator.
Filho de pai italiano e mãe brasileira, o ator nasceu e cresceu na Itália. Ainda assim, não demorou para apreender a importância de Machado de Assis na literatura nacional. Foi por meio dos contos e romances do autor que aprendeu a língua portuguesa tão rapidamente.
Outro clássico que serviu de material de estudo foi O Auto da Compadecida (1955), de Ariano Suassuna (1927-2014) --cuja adaptação para o teatro, aliás, foi um de seus primeiros trabalhos no Brasil.
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Richy se mudou definitivamente para o país em 2013, com uma história que também cruza o amor. Ele costumava passar as férias com a avó materna em Goiânia, mas só decidiu deixar a Europa para trás quando se encantou por uma brasileira. O relacionamento terminou, mas ele já tinha se apegado tanto ao novo país que não tem planos de ir embora.
"Eu quero ser esse cara moderno, um italiano que deu certo. Um jovem que está aqui há 11 anos para fazer história, culturalmente falando. Tenho grandes referências que saíram da Itália e fizeram história, e quero fazer parte dessa lista. Hoje, eu estou atuando em todas as frentes. Canto, dirijo, atuo, escrevo. Esse é o objetivo", afirma, em seu português sem um pingo de sotaque.
Inspirado no romance homônimo de 1876, Helena se debruça em um amor proibido, mas também atesta as relações de classe do Brasil no século XIX. Na obra em questão, Helena (Giovanna Chaves) é reconhecida em testamento como filha do conselheiro Vale (Edwin Luisi), um homem importante.
Após a morte do ricaço, a mocinha passa a morar na mansão da família, junto de Úrsula (Nicette), irmã do homem, e Estácio (Richy), filho legítimo do conselheiro. Com a convivência, ela acaba se apaixonando pelo meio-irmão --que precisa lutar contra tudo e todos para aceitar esse amor.
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