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ÂNGELO ANTÔNIO

Alcides da 1ª Pantanal entrega que cena de castração deixou até elenco em crise

REPRODUÇÃO/TV MANCHETE

Atriz Angela Leal abraça Ângelo Antônio diante de fundo laranja nos bastidores de Pantanal

Angela Leal e Ângelo Antônio viveram Maria Bruaca e Alcides na primeira versão de Pantanal

GUILHERME MACHADO

guilherme@noticiasdatv.com

Publicado em 28/7/2022 - 6h40

O mistério acabou: Alcides (Juliano Cazarré) será mesmo castrado no remake de Pantanal. A sequência foi uma das mais marcantes e escandalosas da primeira versão da novela, exibida pela Manchete (1983-1999) em 1990. O intérprete do peão original, Ângelo Antônio, guarda lembranças muito vivas daquela época, sobretudo da reação estrondosa provocada pela cena. O ator relata que até mesmo a equipe do folhetim se assustou com a virada promovida pelo autor Benedito Ruy Barbosa.

"Eu lembro que a gente estava no estúdio e lendo para gravar outras sequências e vimos que tinha aquela cena [da castração]. Eu lembro do Carlos Magalhães, um dos diretores, dizendo: 'Eu não acredito nisso'. Todo mundo ficou meio perplexo assim no estúdio. 'Não vamos, não dá para fazer isso. Vamos rever'. Teve uma crise interna ali. Claro, fomos fazer a cena. E essa mesma perplexidade que a gente teve sabendo da cena, eu acho que o Brasil teve também quando a viu", resgata o artista em entrevista ao Notícias da TV.

Na história, Tenório (Antônio Petrin em 1990, Murilo Benício hoje) decidia se vingar após descobrir que sua mulher, Maria Bruaca (Ângela Leal na original, Isabel Teixeira atualmente), estava de caso com o funcionário. O crápula prendia os dois, pegava um facão, e supostamente cortava fora o órgão genital de seu rival.

Antônio destaca que a situação repercutiu horrores na época, mas que também foi fortemente rejeitada pelo público. Aliás, a gritaria foi tamanha, que levou o escritor a mudar os rumos da narrativa e dizer que, na verdade, o malvado teria errado a mira.

Minha sensação é que o Brasil tinha parado depois daquela cena. Fiquei meio perplexo. O público teve uma rejeição muito grande em relação a isso. Começaram a mandar cartas para a Manchete, e o Benedito teve que meio que reescrever a questão para falar que não houve a castração, que não deu certo, que quase castrou. Teve que inventar uma história para acalmar os ânimos do público e a Maria ir embora com o Alcides na chalana no final.

reprodução/instagram

Ângelo Antônio e Angela Leal

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O ator, inclusive, teve até certa dificuldade para gravar a sequência polêmica: "'Será que tá ficando bom, como é que a gente faz para ficar bom? Qual que é a verdade disso, será que existe verdade para isso?' Acho que é a mesma angústia de hoje assim, de querer fazer bem uma cena".

Quando Ângelo Antônio sentou para conversar com a reportagem, ainda existia um mistério no ar se a castração ocorreria no remake. O autor Bruno Luperi, neto de Ruy Barbosa, deixava no ar se manteria a controvérsia ou não.

Porém, em entrevista ao Mais Você, Juliano Cazarré confirmou que a questão será repetida, mas de forma distinta. Mesmo antes de saber da decisão, Antônio já defendia a exibição na novela da nove da Globo.

"Claro, é uma cena antológica. Acho que tem que ter com certeza. Eu acho que o Alcides ali tem que passar pelo que o Alcides [original] passou. E também para vilanizar o Tenório. Para trazer quem é esse cara. O Petrin fazia de uma forma que era asqueroso o personagem", frisa. 

Essa novela pertence à minha vida. É muito forte para mim Pantanal. Foi a minha primeira novela e já foi um grande sucesso. Uma experiência incrível, inesquecível, parece que foi semana passada. Adoro ver o Juliano fazendo. Estão discutindo coisas que se deveriam estar discutindo hoje. Essa questão do meio ambiente, do que a gente está fazendo com a natureza. Quando eu soube que ia ter o remake, eu fiquei até um pouco com ciúme. Mas é muito forte a história. É muito o Brasil, né? Acabei perdendo esse ciúme e sou um fã da novela.

renato mangolin/divulgação

Ãngelo Antônio estreia monólogo

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Perseverança nos palcos

Atualmente, Ângelo Antônio se dedica ao espetáculo Um Precipício no Mar, do dramaturgo inglês Simon Stephens, um monólogo que ele apresenta no Sesc Tijuca, no Rio de Janeiro. Estrear a peça, entretanto, se mostrou uma tarefa árdua, uma vez que durante os ensaios, o ator sofreu um acidente e precisou se afastar. 

"Foi em uma cena que tinha um pouco de corpo, de dança, e eu caía do lado direito. Nesse momento, no ensaio, eu errei o lado e caí do lado esquerdo, não estava preparado para isso. Doeu muito, mas continuei. E aí no outro dia fui ao hospital e tinham duas costelas quebradas, faltando dois, três dias para a estreia. O médico falou que tinha risco de entrar no pulmão. Tive que ficar duas semanas quieto, dentro de casa", relata.

Entretanto, o artista se sentiu motivado a continuar pela qualidade do texto, que ele descreve como impecável. "Eu não estava querendo fazer teatro, estava com uns projetos em televisão, em cinema. Estava saindo de um trabalho, e aí o Gabriel Fontes Paiva [diretor] me manda esse texto. Eu disse: 'Não, Gabriel, eu não estou interessado agora' . Ele: 'Dá uma lida'. Li e achei o texto primoroso. Então, basicamente foi por causa disso", ressalta.

Na peça, um homem narra para a plateia a vida feliz que leva ao lado da mulher. Aos poucos, o tom de alegria vai se transformando em uma amargura profunda, enquanto castelo perfeito criado pelo protagonista desmorona diante do público.

"É completamente intimidador, não vou te dizer que eu estou tranquilo. Ainda mais depois de tudo isso que aconteceu. É como estar na beira de um abismo. Estou com muito receio e também muito confiante de que é um trabalho bacana. Eu acho que a gente está em um momento de muito vazio, de muito buraco, de crise muito grande. O texto conversa com esse momento que nós estamos vivendo, de perdas. Quem não perdeu pessoas ou amigos, parentes, nesse momento da vida?", argumenta Antônio.

Confira trechos da entrevista com Ângelo Antônio: 


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