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Tecnologia mira em mercado bilionário para encontrar novas estrelas da música

REPRODUÇÃO/BAND

Imagem de Henrique e Juliano durante participação no Faustão na Band

Henrique e Juliano durante participação no Faustão na Band; empresa ajuda empresários da música

Encontrar o próximo fenômeno da música é uma tarefa complexa e envolve fatores que não são necessariamente mensuráveis, como a produção de canções virais e a paixão do público. No entanto, de olho em um mercado que faturou R$ 2,1 bilhões em 2021 no Brasil, a startup strm desenvolveu uma inteligência artificial que analisa carreiras e auxilia empresários a definirem os rumos dos seus artistas.

"Olhamos para o artista sob a ótica do investimento. Como a gente avalia o potencial? Nada mais é do que aderência dos produtos que ele lança em plataformas de música; mais a aderência em plataformas de storytelling, que é onde ele constrói a imagem dele, as redes sociais; e o comportamento da audiência de uma forma geral", explica Fernando Gabriel, CEO e co-fundador da strm, em entrevista ao Notícias da TV.

Nos últimos anos, a startup montou um banco de dados alimentado com números do Instagram, Spotify e Youtube de mais de um milhão de artistas ao redor do mundo. Assim, essa tecnologia consegue mensurar em que estágio de carreira o famoso se encontra e gera índices como a força da imagem e da música do cantor --algo que, até então, era apenas subjetivo.

Essas informações são utilizadas por gravadoras e empresários durante o planejamento artístico dos cantores. "Na cabeça dos empresários, o cara tinha que ser amigo do Neymar ou ter ido no Faustão [para ser um sucesso]. Eram coisas que eles não conseguia mensurar e não sabia se estavam entrando em uma roubada ou não. Assim, não conseguiam apostar no artista", explica Gabriel, que sentiu essa dor na própria pele.

Nos anos 2000, o executivo cursou Engenharia na Unicamp e conciliou os estudos com a banda de pop rock Fatale: "Não tinha nenhum profissional da música na minha família. Então, quando decidi ir para esta área, foi por conta própria mesmo, e me arrisquei em um terreno totalmente desconhecido".

"Aí aconteceu comigo o que acontece com todo mundo [deste ramo]. A música tem um lado que é muito abstrato, muito intangível, e isso toca no sonho do artista. Então, os artistas são facilmente manipulados quando alguém fala o que eles querem ouvir, que vão ser sucesso, vão estourar, que ele precisa daquilo que aquela pessoa está oferecendo", complementa.

Em 2009, Gabriel deixou a banda e passou a gerenciar carreiras artísticas por meio da sua produtora. Assim, ele trabalhou junto com Kamilla Fialho (ex-empresária de Anitta), o grupo musical Aviões do Forró e com os escritórios responsáveis por artistas como Naiara Azevedo e Henrique e Juliano.

"Quando voltei para São Paulo, voltei com uma missão de replicar ou traduzir todo aquele conhecimento que estava na cabeça dos empresários. Aquelas pessoas, claramente, tinham uma visão diferenciada do mercado, mas não tinha um método compartilhado. Se o mesmo artista fosse em dez escritórios diferentes, ele teria dez direcionamentos diferentes", destaca.

Mercado em expansão

Segundo os dados da Federação Nacional da Indústria Fonográfica, o Brasil é o 11º maior mercado fonográfico do mundo. O faturamento de R$ 2,1 bilhões registrado em 2021 mostra um crescimento de 32% do setor em relação a 2020. Nesse resultado, R$ 1,8 bilhão equivalem às receitas dos streamings.

De olho nestes números e no mercado do Brasil e da América Latina, a strm trabalha para também mensurar os resultados obtidos pelos artistas no TikTok.

Com o atual serviço de diagnóstico de carreira, a startup já recebeu investimentos do empresário KondZilla, de integrantes das bandas Skank e NX Zero, e do fundo de venture capital (capital de risco) Futurum Capital --um dos fundadores desta empresa do mercado financeiro é Fabio Fakri, primo do sertanejo Sorocaba.

Para a reportagem, Gabriel adianta que a strm pretende lançar no segundo semestre uma espécie de mentoria para artistas: "Na nossa análise, música é conexão, representatividade. Quanto aquela pessoa se sente representada por aquela música, independentemente se ele é o melhor cantor, mais afinado, mais bonito. Não importa o que ele é, [mas sim] o quanto aquilo representa a sua vida, seu dia a dia".

"Quanto maior a sua base de fãs, maior a sua demanda, maior o consumo, maior seu cachê, maior seu alcance, maior seu estágio de carreira, maior seu potencial de retorno. Ponto final", sentencia o empreendedor.


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