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REPRODUÇÃO/TV GLOBO
São Paulo e Palmeiras jogaram final do Paulistão em 2021: Globo tenta direitos para pay-per-view
Depois de perder o Paulistão e o Carioca para a Record, a Globo vai mudar o seu modelo no futebol para manter o Premiere lucrativo nos primeiros meses do ano, quando o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil ainda não terão começado. Acostumada a negociar TV aberta, por assinatura e pay-per-view em conjunto, a emissora tem feito propostas apenas pelo terceiro sistema para os torneios de São Paulo e Rio de Janeiro. Outros Estaduais também serão abordados nesse esquema.
Como as federações estaduais estão experimentando uma venda fatiada dos direitos de transmissão, incluindo até mídias online gratuitas como o YouTube, a Globo precisou se mexer para não ficar sem nenhum direito esportivo para o início do ano.
Na primeira proposta neste modelo, a emissora procurou os times do Campeonato Carioca para propor o retorno do torneio depois de o modelo próprio do ano passado ter sido massivamente criticado por times, com exceção do Flamengo. Após uma oferta insuficiente, a Globo ofereceu uma projeção de pagamento entre R$ 45 milhões e R$ 55 milhões. O valor agradou.
O grande porém é que, para assinar, a Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro) precisa retirar um processo que moveu contra a Globo pela rescisão do contrato do Carioca em 2020. A emissora ofereceu R$ 7,3 milhões para encerrar o caso. A federação achou o valor baixo. Conversas para resolver o problema estão acontecendo.
No caso do Paulistão, a Globo negocia com o Livemode, empresa responsável pelos direitos para o ciclo 2022/2025. Para os clubes, foi apresentada uma estimativa de pagamento na casa de 58% líquidos em relação ao número de assinantes do Premiere --que hoje tem cerca de 1,4 milhão de clientes.
A FPF (Federação Paulista de Futebol) considerou o oferecido aquém do que merece. Neste ano, foi lançado o Paulistão Play, com todas as competições da entidade de São Paulo. Se os jogos do principal Estadual do país forem para lá, os ganhos serão de 100%.
A Globo mudou o modelo de negócio porque o Premiere é seu produto de futebol mais lucrativo. Em todo início do ano, o serviço já enfrenta um cancelamento em massa por causa do fim do Brasileirão. Sem atrações entre janeiro e maio, a situação ficaria ainda mais crítica.
Por causa da pandemia, o Premiere perdeu muitos clientes. No mês passado, a emissora reduziu de forma permanente o preço do serviço, para ficar mais acessível à realidade atual. A expectativa é que os novos preços já mostrem seu impacto neste mês.
A Globo se posicionou sobre a atuação nova do Premiere daqui para frente. A emissora disse que vai continuar oferecendo conteúdos no canal à la carte que possam ser rentáveis para times brasileiros e para o modelo de negócio que começou a adotar.
Leia o texto completo, publicado inicialmente no ge:
"O Premiere tem representado, há anos, a maior e mais completa oferta do futebol brasileiro (principais estaduais, Copa do Brasil, Séries A e B), colocando à disposição dos torcedores assinantes uma grande oferta de jogos, de maneira organizada. Valorizamos todos os campeonatos do futebol brasileiro, incluindo o Paulista.
É importante ressaltar também o impacto positivo do Premiere no futebol nacional, com ganhos crescentes para os clubes e as federações parceiras. Nesta sociedade, os clubes são remunerados nos meses de campeonato nacional com uma participação da receita, ponderada pelo percentual de cadastro de cada torcida.
A ausência de oferta de um Estadual fragmenta a experiência para o torcedor dos times deste Estado, o que pode gerar impacto na remuneração dos clubes durante os campeonatos nacionais, seja por reduzir a receita ou por alterar a proporção da torcida na base.
O Premiere continuará oferecendo conteúdo de qualidade com base nos direitos que adquirimos e em modelos de negócios que sigam gerando, de forma sustentável, benefícios para os clubes, para os torcedores e para a Globo."
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