COLUNA DE MÍDIA
Divulgação Netflix
Millie Bobby Brown em Stranger Things: Netflix deve passar a ter publicidade com Microsoft
A aposta do mercado era que o Google seria o parceiro da Netflix para levar publicidade à plataforma de streaming, permitindo a oferta de planos mais baratos. Nesta quarta-feira (13), no entanto, a Microsoft foi anunciada como vencedora da disputa.
Com a decisão, a Microsoft se tornará a fornecedora da "tecnologia de publicidade global e parceira de vendas" da Netflix, disse a plataforma em um post em seu site.
"É muito cedo e temos muito o que trabalhar", escreveu o COO da Netflix, Greg Peters, no post. "Mas nosso objetivo de longo prazo é claro. Mais opções para os consumidores e uma experiência de marca de TV premium e melhor do que linear para os anunciantes. Estamos empolgados em trabalhar com a Microsoft enquanto damos vida a esse novo serviço".
Em um post no blog da Microsoft, a empresa diz que vai trabalhar para trazer anúncios para o ecossistema Netflix. "O anúncio de hoje também endossa a abordagem de privacidade da Microsoft, que se baseia na proteção das informações dos clientes", disse Mikhail Parakhin, presidente de experiências na web da Microsoft.
A mensagem da Microsoft não deixa de ser uma cutucada no Google, que, além de ser a maior empresa de publicidade do mundo, tem sido alvo de investigações de governos ao redor do mundo em torno de suas políticas de privacidade.
Segundo o WSJ, uma das preocupações da Netflix ao lançar anúncios em sua plataforma seria a percepção da diminuição da privacidade dos usuários. Neste sentido, o Google talvez não fosse o melhor caminho.
Segundo a Variety, a escolha da Microsoft sugere que a Netflix está ansiosa para mergulhar em algumas das mais novas técnicas de publicidade em vídeo, como vendas de anúncios programáticos que dependem do uso de dados para combinar anúncios a tipos precisos de público ou anúncios endereçáveis que são enviados a segmentos específicos de espectadores.
Em junho, a Microsoft concluiu a compra da unidade Xandr ad-tech da AT&T, que estava envolvida em publicidade programática.
A aproximação da Microsoft com o serviço de streaming deve reavivar comentários de que a Netflix pode estar à venda. Nos últimos dois meses, a empresa demitiu mais de 300 funcionários e tenta reduzir custos.
Em Cannes, quando questionado se a Netflix estava à venda, Sarandos disse que uma compra "é sempre uma realidade, então temos que estar de olhos abertos sobre isso", mas insistiu que a companhia poderia voltar a crescer por conta própria. "Temos bastante escala, lucratividade e fluxo de caixa para continuar a expandir o negócio", afirmou.
A Apple já foi apontada diversas vezes como uma potencial compradora da Netflix. Porém, o crescimento consistente da Apple TV+ fez diminuir as conversas em torno do tema.
Por outro lado, a Microsoft é uma das poucas gigantes de tecnologia sem uma plataforma de streaming de vídeo robusta. Sua maior presença está na área de games, com o Xbox, e a recente aquisição da gigante de games Activision Blizzard por US$ 69 bilhões.
A Netflix também tem aumentado os investimentos em games nos últimos anos. A parceria também pode ser uma vitória para a Microsoft no segmento de tecnologia em nuvem.
A Netflix é um dos maiores clientes globais da AWS, braço de nuvem da Amazon e líder mundial do segmento. A Microsoft é a segunda colocada, seguida pelo Google em uma distante terceira posição.
Vale notar que a exemplo do Google e da Amazon, a Microsoft também tem sido acusada de monopolizar o mercado, dificultando o crescimento de concorrentes.
A compra da Netflix não seria facilmente aprovada por órgão reguladores, mas com a queda de 70% das ações da Netflix este ano, fica mais fácil defender que concorrendo com gigantes como Apple, Amazon e Google, que tem suas próprias plataformas de streaming (Apple TV+, Amazon Prime e YouTube), a sobrevivência do Netflix se torna cada vez mais difícil sem o apoio de um gigante como a Microsoft.
Aparentemente, os interesses da Netflix e Microsoft estão cada vez mais alinhados.
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