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VAI PARAR TUDO

Greve dos roteiristas já custou R$ 3,5 bi; crise em Hollywood está só começando

Reprodução/Instagram

Mariska Hargitay posa entre roteiristas de SVU durante protesto da greve em Nova York

Mariska Hargitay, a Benson de Law & Order: SVU, em protesto dos roteiristas; atores vão parar

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 29/5/2023 - 6h30

Iniciada no último dia 2, a greve dos roteiristas não dá indícios de que esteja prestes a chegar ao fim. Até o momento, estima-se que a paralisação já fez Hollywood perder cerca de US$ 720 milhões (R$ 3,6 bilhões), mais do que os US$ 429 milhões (R$ 2,1 bilhões) que precisariam ser investidos para atender a todas as solicitações da classe. E o problema está apenas começando.

Ao mesmo tempo em que tenta resolver a questão dos roteiristas na mesa de negociação, a AMPTP (Aliança de Produtores de Filmes e Televisão) precisa manter um olho no futuro. Mais especificamente, em 30 de junho. Na data, vencem dois contratos importantes: os assinados com o DGA (Sindicato dos Diretores) e com o SAG-AFTRA (Sindicato dos Atores).

Muitas das exigências dos escritores na atual conversa se estendem também para diretores e atores --em especial um pedido de remuneração maior por projetos no streaming. Antigamente, equipes de filmes e séries ganhavam os chamados "residuais", direitos autorais e de imagem, toda vez que a produção era exibida na TV. No streaming, esse cálculo é mais complexo, já que não há uma grade pré-definida e cada um pode ver o que desejar, na hora que quiser.

É muito provável que o acordo que a AMPTP fechar com o WGA (Sindicato dos Roteiristas) em relação a esses pagamentos seja aproveitado na negociação com o DGA e o SAG-AFTRA. Mas, pelo que tem sido dito na imprensa norte-americana, as duas partes envolvidas ainda estão muito longe de um acerto.

Já prevendo o pior dos mundos, o Sindicato dos Atores lançou no último dia 18 uma seção em seu site oficial para que todos os membros votem se são a favor ou contra a greve. O resultado deve sair antes de 7 de junho, quando está marcada a primeira reunião entre representantes do SAG-AFTRA (atualmente presidido por Fran Drescher, estrela da série The Nanny) e da AMPTP.

Vale lembrar que o WGA promoveu uma votação similar em abril, e o resultado foi inquestionável: 97,85% dos seus integrantes votaram a favor da paralisação. Apenas 198 pessoas se posicionaram contra cruzar os braços.

E se atores e diretores entrarem em greve?

Atualmente, algumas séries e filmes estão tentando manter suas gravações como se uma greve não estivesse acontecendo. A única diferença é que os roteiristas não podem ir para o estúdio acompanhar os trabalhos --em uma situação normal, pelo menos um escritor precisa estar no set para realizar mudanças de última hora no texto, seja para se adaptar às condições do cenário ou para resolver falas que não alcançaram o efeito desejado.

Séries como a nova atração do Demolidor, Daredevil: Born Again, tiveram seus trabalhos interrompidos por piquetes dos grevistas. Billions, FBI: Most Wanted, Pretty Little Liars, The Loud House: Uma Verdadeira Família Barulhenta, The Old Man, Pinguim e Ruptura enfrentaram situações similares. Nesta semana, a Marvel também decidiu adiar o início das filmagens do longa Thunderbolts para evitar dores de cabeça do tipo.

As interrupções são temporárias, e geralmente a equipe tenta retomar os trabalhos já no dia seguinte. Caso atores e diretores não entrem em acordo com os produtores até 30 de junho, porém, eles também não poderão mais entrar em estúdio. Aí, Hollywood precisará parar de vez!

Já prevendo as consequências da greve dos roteiristas, as redes de TV norte-americana lotaram suas grades da temporada 2023-2024 com realities e game shows, cujos roteiristas não são filiados ao WGA e podem continuar trabalhando durante a greve. As séries roteirizadas devem ser seguradas até o início do ano que vem, quando o impasse (espera-se) já deve estar resolvido.


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