DIVERSIDADE
DIVULGAÇÃO/NETFLIX
Imagem da animação O Menino Maluquinho, que estreará na Netflix em 2022; diversidade foi levada em conta
Além de anunciar novas séries, filmes e estratégias para 2022, a Netflix quer mostrar aos assinantes que há um objetivo maior por trás de todos esses projetos: ter mais diversidade na frente e por trás das câmeras. A plataforma busca se conectar cada vez mais com a audiência brasileira, e para isso acredita que a representatividade é fundamental.
Segundo executivos do serviço de streaming, no último ano os profissionais envolvidos no desenvolvimento das produções audiovisuais tiveram de incluir uma nova rotina, uma maneira diferente de pensar em relação a seus trabalhos.
"Temos o compromisso de contar histórias brasileiras com representatividade negra e indígena. Isso se tornou nossa rotina, é normal pra todos nós, executivos, olhar para o que estamos oferecendo e pensar: 'Isso representa nossa audiência? Pra quem está falando, quem está falando?'. Esse exercício tem de ser propositivo, ativo, não só passivo para toda a comunidade criativa", disse Haná Vaisman, executiva do setor de séries nacionais da Netflix.
Para chegar num ponto de mais representatividade, a plataforma tem investido em capacitação de profissionais negros, como roteiristas.
"Dentro do nosso setor de conteúdo, temos uma área que nos ajudar a trazer mais representatividade na frente da câmera, na escrita, na produção, em como podemos ampliar nosso pool de criadores. É uma busca ativa, não é que a gente está esperando chegar alguém, a gente vai atrás. A gente tem que ter um trabalho proativo de trazer gente para dentro. Essa área nasceu só pra fazer isso", afirmou Elisabetta Zenatti, vice-presidente de Conteúdo da Netflix no Brasil.
Um exemplo de programa que está aplicando essas diretrizes é a nova série infantil O Menino Maluquinho. Na animação, o personagem é aquele já conhecido dos brasileiros, criado por Ziraldo. Nos episódios, o protagonista circula entre a casa da mãe, o condomínio do pai e a escola, onde encontra amigos e entra em diversas aventuras.
"Na jornada do Menino Maluquinho, a gente fez esse pedido que se tornou realidade, de trazer profissionais negros pra desenhar personagens negros, de ter roteiristas negros, de negros darem vozes para os personagens, e a gente sempre se coloca nesse local de sermos a empresa que vai investir e esperar até acharmos essas vozes. Acho que não dá mais pra trabalhar a exclusão como primeira opção", declarou a executiva Daniela Vieira.
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