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INVESTIMENTO

De olho em mais prêmios, Netflix vai comprar cinema e lançar revista

Alex Bailey/Netflix

John Lithgow e Claire Foy em cena de The Crown: os dois ganharam Emmys de atuação para a Netflix - Alex Bailey/Netflix

John Lithgow e Claire Foy em cena de The Crown: os dois ganharam Emmys de atuação para a Netflix

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 11/4/2019 - 14h50

Depois de mudar a maneira como o público consome séries de TV e até cinema, a Netflix agora vai investir em outras áreas. A plataforma de streaming vai lançar uma revista própria e também negocia a compra de um cinema em Los Angeles. A ideia é usar as duas novidades na busca de mais prêmios como Emmy, Globo de Ouro e Oscar.

A primeira edição da revista, que leva o título provisório de Wide, terá mais de 100 páginas e será distribuída em junho --justamente quando começa a corrida pelo Emmy 2019. Segundo o site da Bloomberg, a publicação serviria como uma forma de promover atrações e astros dos projetos da plataforma para os votantes.

O intuito em chamar a atenção de quem elege os ganhadores do Emmy é tanto que a Wide sequer será vendida em bancas. Ela será entregue de maneira gratuita para os mais de 15 mil membros da Academia de Televisão norte-americana e distribuída em grandes eventos. Contará com entrevistas e reportagens exclusivas.

De acordo com a Bloomberg, a Netflix encara a revista como uma forma de chamar a atenção para talentos e produtos que ela deseja destacar nas premiações --só no ano passado, a plataforma lançou mais de 800 projetos, entre séries, filmes, documentários e especiais de humor. Em meio a tanto conteúdo, é fácil que alguma atuação de destaque se perca caso não receba a divulgação adequada.

A Wide também seria uma maneira de fazer com que artistas tradicionalmente avessos à imprensa aceitem falar sobre projetos na Netflix. É o caso da cantora Beyoncé, tema de um documentário que chegará à plataforma no próximo dia 17. Ela normalmente não dá entrevistas, nem mesmo para divulgar seus álbuns, mas talvez topasse falar para um veículo "chapa-branca", que evitaria perguntas invasivas.

No ano passado, para promover seus produtos a votantes do Emmy, a gigante do streaming chegou a alugar um prédio em Los Angeles durante um mês. No período, ela realizou exibições de séries e filmes, além de possibilitar que jornalistas entrevistassem atores e equipe de vários projetos. A estratégia rendeu 112 indicações para a plataforma, que bateu a HBO pela primeira vez na história.

divulgação/netflix

A mexicana Yalitza Aparicio foi indicada ao Oscar de melhor atriz pelo filme Roma, da Netflix


Cinema próprio

A Netflix também está negociando a compra do Egyptian Theatre, um dos cinemas mais tradicionais de Los Angeles, construído em 1922. Segundo o Hollywood Reporter, a aquisição do prédio custaria pelo menos US$ 10 milhões (R$ 38 milhões) aos cofres da gigante do streaming.

No entanto, ter um cinema à sua disposição livraria a empresa de um grande problema: para concorrer a prêmios como o Oscar, um filme deve ser exibido comercialmente em uma sala de cinema na região da Grande Los Angeles durante sete dias consecutivos, com pelo menos três sessões diárias.

O problema é que as grandes redes de cinema se recusam a colocar uma produção da Netflix em cartaz --pois os longas, geralmente, entram em circuito no mesmo dia em que são disponibilizados no streaming.

Assim, a plataforma precisa negociar com cinemas menores, independentes, mas que atendam às exigências da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Com um exibidor próprio, a Netflix terá uma dor de cabeça a menos toda vez que quiser emplacar um longa como Roma nas grandes premiações.

Colaborar com um cinema antigo, que atualmente é mantido por uma organização sem fins lucrativos, também deixaria a gigante do streaming com uma imagem melhor diante de votantes mais tradicionais, que ainda olham torto para os lançamentos da plataforma. O diretor Steven Spielberg, por exemplo, já afirmou que não acha justo que a Netflix possa concorrer ao Oscar. 

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