E A HBO MAX?
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Os gêmeos Jonathan e Drew Scott, do Irmãos à Obra, terão programas inéditos no discovery+
Programado para ser lançado no Brasil na próxima terça-feira (9), o discovery+ já pode chegar com data de validade. É que a fusão do grupo Discovery com a WarnerMedia, ainda em processo de aprovação mundial, tornaria a nova plataforma obsoleta: a ideia dos grupos é que ela se junte à HBO Max para criar uma concorrente de peso na guerra do streaming.
Anunciada em maio deste ano, a fusão dos dois conglomerados pegou o mercado de surpresa. A questão é que, como toda negociação que envolve empresas tão grandes --na casa das dezenas de bilhões de dólares--, ela precisa ser aprovada por órgãos oficiais do governo, que determinam se a junção das duas gigantes constitui ou não monopólio do mercado.
No Brasil, por exemplo, a decisão fica a cargo do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O órgão, inclusive, já "pediu a bênção" de concorrentes da Discovery e da WarnerMedia, como Globo, Netflix e Disney, para aprovar a negociação.
Para sair do papel num contexto global, no entanto, a fusão precisa ser aprovada em todos os países nos quais tanto a Discovery quanto a WarnerMedia atuam --ou seja, praticamente o mundo todo. E esse processo pode ser muito rápido ou muito lento, de acordo com cada órgão local.
Questionado sobre a possibilidade de HBO Max e discovery+ se unirem em um streaming só muito em breve, o presidente da Discovery América Latina, Fernando Medin, foi sincero. "Uma vez que a fusão [dos dois conglomerados] aconteça, poderemos trabalhar com essas diferentes hipóteses."
"Regulatoriamente, a maneira como uma fusão funciona é que, até conseguir a aprovação das autoridades antitruste em todos os países, cada companhia continua operando de forma independente. Cada uma segue em frente com seus planos, como se não existisse a fusão. Cada uma com seu produto, com seus projetos", justificou ele na apresentação do discovery+ à imprensa na manhã de quinta (4).
Porém, o discurso do presidente Discovery International já era outro mesmo antes de Medin falar. Na terça (2), em reunião com acionistas, JB Perrette indicou que a fusão das duas empresas pode ser aprovada por completo já no ano que vem --e que seus streamings fariam o mesmo em seguida.
Na reunião, ele afirmou que, inicialmente, HBO Max e discovery+ poderiam ser oferecidas em um pacote --quem assinasse as duas plataformas ganharia desconto. Mas, em uma segunda etapa, os dois serviços virariam um só. Perrette disse que o novo streaming seria "um bufê incrivelmente atraente de conteúdo", com custos reduzidos e mais benefícios para os clientes.
Segundo dados divulgados pela própria empresa, o discovery+ atualmente conta com 18 milhões de assinantes --o serviço foi lançado nos Estados Unidos apenas em janeiro deste ano--, enquanto a HBO Max soma 69 milhões no mundo todo. Juntar as duas seria uma maneira de começar a fazer frente para as gigantes Netflix (214 milhões) e Prime Video (200 milhões).
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